Pesquisar
Close this search box.
Olmo e a Gaivota (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Olmo e a Gaivota

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Olmo e a Gaivota transita entre gêneros, enquanto documenta o drama do impacto da gravidez num relato corajoso de exposição íntima.

Acompanhamos uma atriz de teatro em Paris, Olivia Corsini, de 34 anos. Desde o momento em que ela descobre estar grávida, quando sua alegria pessoal se choca com a frustração profissional. Afinal, a peça em que trabalha há anos se apresentará em Nova York pela primeira vez. Justamente agora que ela está impedida de atuar nesse momento áureo da companhia, por causa da gravidez.

Para piorar, Serge, seu companheiro e pai do bebê, também ator na peça, viaja para a turnê. Como resultado, a transformação de seu corpo e de seu cotidiano levam Olivia a uma reflexão existencial. Então, ela decide reunir os amigos mais queridos para uma festa antes que o bebê nasça.

Ficção ou documentário

Por um lado, o filme Olmo e a Gaivota apresenta características de um drama ficcional. Essa percepção é inevitável porque alguns trechos são encenados. Por isso, o espectador que assiste ao filme sem antes ter lido a ficha técnica não pensa que se encontra diante de um documentário. Na verdade, isso só fica evidente quando Olivia fala direto para a câmera e ouvimos a voz de uma das diretoras conversando com ela fora do quadro.

De fato, Olivia e Serge, e todos os outros personagens em cena, interpretam a si mesmos. Ou melhor, talvez não interpretam, mas se expõem para a câmera, num registro documental. O uso da câmera na mão, e de imagens captadas em home vídeo nos flashbacks, então se justificam.

Porém, mesmo para um documentário, Olmo e a Gaivota possui um pé no cinema experimental, como se as diretoras Petra Costa e Lea Glob filmassem sem um roteiro pré-definido, e essa liberdade é essencial para captar momentos tão intimistas de Olivia, que se expõe em sua nudez literal e em suas questões internas.

Assim, Olivia revela com isso muita coragem, digna da gaivota que luta contra tempestade. Por sua vez, o nome da árvore, Olmo, será o resultado dessa luta, o presente que recebe em forma de bebê.

Por isso, Olmo e a Gaivota surpreende com essa pessoalidade arrebatadora, em linha com outros filmes dirigidos pela brasileira Petra Costa, como Elena (2012) e Democracia em Vertigem (2019). Seus documentários vão além do registro objetivo – merecem um lugar muito próximo de seu realizador.     


Ficha técnica:

Olmo e a Gaivota (Olmo & The Seagull, 2015) Dinamarca/Brasil/França/Portugal/Suécia. 82 min. Dir/Rot: Petra Costa, Lea Glob. Elenco: Olivia Corsini, Serge Nicolai, Pancho Garcia Aguirre, Shaghayegh Beheshti, Elena Bellei, Sébastien Brottet-Michel, Célia Catalifo, Marie Constant.

Onde assistir:
Olmo e a Gaivota (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo