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Os Libertinos (filme)
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Os Libertinos

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“Os Libertinos” marca a estreia do diretor francês Jean-Pierre Mocky. Ele construiria a partir daí uma filmografia com 78 títulos até agora, e ainda em atividade. Realizado na época em que a nouvelle vague nascia e sob a influência dos críticos da Cahiers du Cinéma, possui temática coerente com seu espírito jovem e libertário, bem como o estilo de filmar em locações nas ruas.

O enredo

A história de “Os Libertinos” acontece entre o final da tarde do sábado até a madrugada seguinte de um fim de semana qualquer na vida do jovem Freddy (Jacques Charrier), um boa pinta conquistador, e de Joseph Bouvier (Charles Aznavour), um rapaz não tão bonito e sem jeito com as mulheres. Eles se conhecem quando Freddy se prepara para sair para suas investidas, e o convida para acompanha-lo. Apesar de ambos estarem atrás de mulheres, seus objetivos são diferentes. Joseph quer encontrar uma mulher para casar, e Freddy quer experimentar várias até chegar àquela única que é a mulher de sua vida. Então, a noite de sábado lhes fornece várias aventuras, em vários locais, onde conhecem muitas mulheres, cada uma com uma personalidade diferente. Porém, nenhuma se encaixa no ideal que procuram.

Assim, Freddy se envolve com uma biscateira, uma loira que é grudenta demais, uma menor de idade em busca de experiências, uma sueca bêbada, uma noiva rica buscando uma última transa antes de se casar. A garota (Anouik Aimée) que mais o encanta possui um defeito físico, é manca. Isso o faz titubear por um instante breve mas o suficiente para que ela se afaste, apesar de ele se arrepender logo em seguida. Joseph encontra uma garota legal, a amiga impenetrável da sueca bêbada. Mas, ela é liberal demais para seu gosto, Até descobrir sua mulher ideal em uma garota certinha que tentava escapar das loucuras do bacanal da despedida de solteira.

Microcosmo

A jornada boêmia dos dois rapazes, apesar de se desenrolar durante poucas horas, representa um microcosmo de uma juventude universal. Juventude que encontra, durante essa época da vida, várias pessoas, muitas que terão importância, mas, também, aquela que poderá ser o parceiro por muitos anos, talvez para sempre. Nesse sentido, a personagem de Charles Aznavour encontra a companheira para sua vida. E alcança seu objetivo descartando aquelas que não se encaixavam nos seus moldes de esposa ideal. Já o Freddy de Jacques Charrier prova todas as mulheres que pode, mas com isso deixa escapar duas oportunidades. Uma, que o engrandeceria como pessoa, ao propor, para depois desistir de mostrar à noiva infeliz o lado menos material da vida. A outra, ao deixar seu preconceito sobressair sobre sua certeza interior de que a mulher com o problema na perna seria aquela que ele procura como a mulher de sua vida.

Final aberto

“Os Libertinos” possui um final aberto. Se, por um lado, Joseph já mostra um futuro definido, Freddy poderá seguir passando várias noites de conquistas, ou então tentar encontrar a personagem de Anouik Aimée. A certeza de que ela é a mulher que ele busca está no primeiro encontro deles, que eles não se recordam. Aconteceu na frente do museu, quando ele se aproxima, mas depois que ela se vira, ele desiste, talvez porque use óculos, mas sai pensativo. Anouik Aimée aparece nessa cena pela primeira vez, de perfil vista por trás, na mesma posição do desenho da “mulher ideal” que Freddy pendura em seu quarto.

A duração curta do filme se encaixa tanto na aceleração das horas de uma noite de boemia, como na passagem fugaz da juventude pela vida das pessoas. “Os Libertinos” diverte, emociona, e faz refletir.


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