O longa-metragem Os Primeiros Soldados, de Rodrigo de Oliveira (foto), estreia nos renomados festivais 70º International Film Festival Mannheim-Heidelberg (Alemanha, 12 de novembro) e 52º International Film Festival of India (Índia, 20 de novembro). Produzido pela capixaba Pique-Bandeira Filmes, o filme tem Johnny Massaro, Renata Carvalho e Vitor Camilo nos papéis dos protagonistas. Também no elenco estão Clara Choveaux, Alex Bonini e Higor Campagnaro.
A história se passa em Vitória, capital do Espírito Santo, no ano de 1983, quando a primeira onda da epidemia de AIDS arrebata dois rapazes gays e uma mulher transexual. Então, eles se unem na tentativa de sobreviver ao temido e desconhecido vírus.
“Entre recebermos a notícia da estreia mundial de Os Primeiros Soldados e o anúncio oficial da seleção, a AIDS, a sorofobia e a homofobia voltaram terrivelmente à pauta brasileira, por conta da irresponsabilidade de um governante que sobrevive das notícias falsas e do ódio. Os estigmas que nasceram na época que o filme retrata ainda estão vivos e nos ameaçam. A ideia de estrear agora um filme sobre essas primeiras pessoas a viverem com HIV no Brasil, feito por artistas LGBTQIA+ à frente e atrás das câmeras, só ganha força e sentido. É a demarcação de um espaço de acolhimento das nossas histórias esquecidas e uma maneira de iluminar o presente e o futuro das nossas lutas”, reforça o diretor e roteirista Rodrigo de Oliveira.
Rodado poucos meses antes do início da pandemia, o filme traz essa realidade da comunidade LGBTQIA+ que, no início da década de 80, já sofria fortemente com a marginalização e a iminência da violência e que passa a lidar com uma nova camada de opressão com a chegada do vírus que era, preconceituosamente, denominado “vírus gay”. O desespero com a falta de informação, a exclusão social ainda maior e até mesmo o descaso e despreparo do sistema de saúde ao lidarem com a situação, eclodiu em uma epidemia que matou milhares e aumentou ainda mais a homofobia. De forma poética e sensível, Os Primeiros Soldados expressa essa angústia e, também, essa união da comunidade, que só podia se proteger entre si enquanto eram vistos como ameaças – sendo eles os maiores ameaçados.
(foto: divulgação/créd:Felipe Amarelo)
(fonte: divulgação)