A divertida comédia romântica italiana Pão, Amor e… é o terceiro longa metragem do diretor Dino Risi, o segundo com Sophia Loren. O primeiro foi O Signo de Vênus (1955).
A trama
Em suma, a engraçada trama de Pão, Amor e… gira em torno de Carotenuto (Vittorio De Sica), um marechal condecorado que se aposenta e aceita o convite para comandar a polícia municipal de Sorrento, no litoral italiano, onde nasceu. Mas ali ele precisa lidar com Sofia Cocozza (Sophia Loren) a atual inquilina de seu apartamento, que se recusa a deixar o imóvel.
Logo, o mulherengo Carotenuto acaba sendo facilmente manipulado pela charmosa Sofia, que o seduz para conseguir uma prorrogação no prazo para sair do apartamento. Porém, o plano dá tão certo que ele lhe propõe o noivado. Sofia fica triste porque, dessa forma, poderá perder o rapaz que ela realmente ama.
Humor direto e visual
Pão, Amor e… garante várias gargalhadas com seu humor direto, explorando as palavras e, também, o visual. Acima de tudo, o maior poderio cômico vem de Vittorio De Sica, que começou a atuar em 1917, e se tornou diretor a partir de 1940. E sua experiência fica visível na tela, interpretando com a autoconfiança que o papel de Carotenuto exige. Ele faz o tipo conquistador que ao mesmo tempo é engraçado, como era típico de Gene Kelly.
Enquanto isso, Sophia Loren e seu par romântico no filme, interpretado por Antonio Cifariello, possuem menos espaço cômico. Isso porque o humor rasteiro de Pão, Amor e… vem muito dos personagens de apoio, que são mais caricatos, e mais engraçados. Nesse sentido, o filme apresenta nesse grupo:
- Caramella, a governanta que cuida de Carotenuto como se fosse sua mãe;
- Don Matteo, irmão de Carotenuto, que é padre e fica de olho seu no comportamento moral;
- Violante, a beata que se apaixona secretamente pelo seu hóspede Carotenuto.
E toda essa trupe contribui para o tom farsesco e muito engraçado de Pão, Amor e…, que prestigia a comédia e deixa o romance em segundo plano.
Aliás, vale esclarecer que o título do filme parece não ter nada a ver com sua estória. Na verdade, é porque ele faz parte de uma série de longas, todos com o mesmo personagem interpretado por Vittorio de Sica. São eles: Pão, Amor e Fantasia (1953), Pão, Amor e Ciúme (1954), este Pão, Amor e… (1955) e o seguinte Pão, Amor e Andalusia (1958).
Enfim, vale a pena revisitar os filmes de Sophia Loren, agora que ela está em evidência novamente por sua atuação em Rosa e Momo (2020) da Netflix.
Ficha técnica:
Pão, Amor e… (Pane, amore e…) 1955, Itália/França, 93 min. Dir: Dino Risi. Rot: Ettore Maria Margadonna. Elenco: Vittorio De Sica, Sophia Loren, Lea Padovani, Antonio Cifariello, Tina Pica, Mario Carotenuto, Yoka Berretty, Virgilio Riento.