Poster de "Parthenope"
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Parthenope – Os Amores de Nápoles

Avaliação:
7,5/10

7,5/10

Crítica | Ficha técnica

Como demonstrou em A Grande Beleza (La grande bellezza, 2013), Paolo Sorrentino sabe captar na câmera a beleza do mundo. E, além disso, questionar o poder que esse valor exerce sobre o ser humano. Retoma, assim, essa abordagem em Parthenope – Os Amores de Nápoles.

Sorrentino filma sua ode ao belo ao registrar a costa de Nápoles, de onde surge das águas a personagem título Parthenope, justificadamente interpretada por Celeste Dalla Porta. Durante os créditos iniciais, a câmera lenta enfatiza esse atributo nos transeuntes pelas ruas da cidade. Os planos longos, fixos ou com suaves movimentos de câmera, convidam a uma experiência contemplativa.

No entanto, Parthenope, nascida em 1950 e deslumbrante em 1968, não tem intenção de explorar seus atributos físicos naturais. “Você sabe o impacto que sua beleza causa nas pessoas?”, pergunta-lhe o escritor John Cheever. Anos depois, outro personagem a elogia por ela não usar a beleza para obter vantagens. O seu objetivo principal é se formar em Antropologia. E, para isso, por ironia, precisa convencer o seu professor, justamente aquele que, por uma razão particular (revelada no final), é imune ao poder da beleza.

O filme acompanha Pathenope através dos anos, até o início de sua velhice (quando passa a ser interpretada por Stefania Sandrelli). Ainda jovem, percebe que a beleza pode ser perigosa. Descobre que um homem desprezado pode se tornar agressivo (o milionário do helicóptero). E se entristece com o destino trágico de seu irmão Raimondo (Daniele Rienzo), incapaz de resistir ao desejo proibido.

A vida não tão bela

Os constantes planos com emolduramentos, utilizando as portas que se sucedem pelos cômodos num efeito notável de profundidade, transmitem a sensação de inevitável enclausuramento mesmo dentro de locais encantadores. Assim se sente Pathenope, que aprende com suas vivências sobre a dureza da vida. Prova isso ao testemunhar a crueza da fusão de duas famílias mafiosas. Essa pacificação é possível se o jovem casal de inimigos der à luz uma criança oriunda dessa união. Então, para não ter dúvidas, eles são obrigados a realizar o ato da concepção diante de várias pessoas.

Calejada pelas experiências da vida, Parthenope rompe sua moral imaculada. Assim, obtém do bispo (Peppe Lanzetta) o que necessita para se tornar uma acadêmica em Antropologia. Nessa época de sua vida, que coincide com a revelação do segredo do professor em relação ao filho dele, ela descobre outros valores além da beleza. O contemplativo, então, dá lugar ao reflexivo, assim como a juventude (conexão com outro filme de Sorrentino) à senilidade.

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Ficha técnica:

Parthenope: Os Amores de Nápoles | Parthenope | 2024 | 137 min. | Itália, França | Direção: Paolo Sorrentino | Roteiro: Paolo Sorrentino | Elenco: Celeste Dalla Porta, Luisa Ranieri, Gary Oldman, Stefania Sandrelli, Dario Aita, Daniele Rienzo, Peppe Lanzetta, Silvio Orlando, Silvia Degrandi.

Distribuição: Paris Filmes.

Trailer:

Onde assistir:
Celeste Dalla Porta em "Parthenope"
Celeste Dalla Porta em "Parthenope"
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