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Peter von Kant (filme)
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Peter von Kant

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

François Ozon homenageia Rainer Werner Fassbinder em Peter von Kant. Seu filme é como uma versão livre de As Lágrimas Amargas de Petra von Kant (1972), do diretor alemão. Ozon inverte os gêneros dos personagens e altera a maneira de filmar, mas a situação é a mesma.

Peter von Kant (Denis Ménochet) não é uma estilista como Petra, mas um cineasta, talvez até uma tentativa de Ozon de aproximar o personagem do próprio Fassbinder. Peter vive sozinho numa casa luxuosa, com um empregado que ele trata com aspereza, se aproveitando da atração platônica deste pelo patrão. Mas a ação principal da trama envolve a paixão de Peter pelo jovem Amir (Khalil Ben Gharbia), que passa a viver na casa. Além disso, o diretor o lança como ator; porém, o sucesso o faz partir.

Como no teatro

A trama se desenrola inteiramente dentro da casa de Peter von Kant. Em muitos momentos, se aproxima do teatro filmado, principalmente quando entram os monólogos ou as danças dos personagens. Ozon combate essa percepção utilizando vários planos curtos editados em muitos cortes, ao contrário de Fassbinder, que filmou com tomadas longas e poucos cortes. Mas, dessa forma, deixa o filme menos sufocante, menos tenso, que o original.

A personalidade excêntrica de Fassbinder está presente em Peter. Assim, esdrúxulos retratos dos seus amores estampam as paredes de sua casa; e eles se modificam de acordo com o seu sentimento. Por exemplo, o retrato de Siodine (Isabelle Adjani) dá lugar ao de Amir. Drogas, bebidas, melancolia, sadismo, enfim, são elementos que aproximam o personagem do diretor alemão. Como uma personagem joga na cara de Peter, ele é um “grande cineasta, mas um lixo de ser humano”. Talvez, por isso, Ozon homenageia o cineasta e não a pessoa por trás dele.

Hanna Schygulla, que foi o objeto da paixão de Petra von Kant no filme de 1972 interpreta a mãe de Peter. Provavelmente essa seja a real homenagem a Fassbinder por parte de Ozon. Peter von Kant é um filme forte, um melodrama sobre um artista que viveu sem freios, numa jornada autodestrutiva que durou apenas 37 anos. Ozon traz isso a público nesta sua ousada adaptação.


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