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Poster de "Príncipe da Pérsia"
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Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Baseado no vídeo game de mesmo nome, o filme Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (Prince of Persia: The Sands of Time), é uma tentativa do produtor Jerry Bruckheimer de reprisar o sucesso da sua franquia Piratas do Caribe. Os elementos principais se repetem: produção grandiosa, paisagem exótica, inspiração na História, magia e fantasia.

Mas a mistura não funciona dessa vez, especialmente por conta do tom. Em meio à aventura, o humor está sempre presente nos filmes dos Piratas do Caribe. Contavam, para isso, com a vocação natural de Johnny Depp para desempenhar o duplo papel de aventureiro e comediante. É o mesmo jeito de malandro charmoso que tem Harrison Ford (muito bem explorado nos papeis de Indiana Jones e Han Solo).  Porém, Príncipe da Pérsia não escolheu bem o ator para viver o seu herói. Jake Gyllenhaal, apesar de seu talento, não possui essa característica. Nem para esse tipo de aventura fantasiosa, muito menos para a comédia cínica.

As aventuras de Dastan

Apesar disso, o filme começa bem, num tom de aventura séria. Órfão adotado pelo Rei Sharaman, Dastan (Jake Gyllenhaal) luta ao lado de seus dois irmãos na invasão do reino da Princesa Tamina (Gemma Aterton), acusado de traição. A batalha é empolgante, revelando a grande produção por trás do filme, com vários extras e locações misturadas com computação gráfica convincente. Nas lutas, muitas acrobacias remetem aos clássicos filmes com Errol Flynn.

Mas, a trama leva para outros caminhos. Dastan não sabia que era tudo pretexto para que os verdadeiros traidores se apossassem das areias que dão o poder de voltar no tempo. É um poder que, em termos de narrativa, mais frustra do que convence. Afinal, se pode mudar o que aconteceu, tudo o que a estória mostra ou mostrou perde relevância. Ainda por cima, o filme não consegue apresentar na tela, devidamente, como esse poder funciona. Por isso, os personagens precisam explicar em palavras.

Vítima da traição, Dastan foge com Tamina, apesar de essa ser uma duvidosa aliada. Então, quando encontram a tribo liderada pelo Sheik Amar (Alfred Molina), o filme abruptamente entra na comédia. O personagem de Alfred Molina logo começa a irritar, com suas frases pouco inspiradas de duplo sentido. E Jake Gyllenhaal não consegue entrar nesse tom farsesco. Por sua vez, Gemma Aterton, com voz que parece dublagem, não está à altura da princesa altiva que interpreta.

A direção

Mike Newell é um competente diretor sob encomenda. Longe de ser autoral, ele no máximo aproveita a oportunidade de fazer um bom filme quando está diante de um material de qualidade. Por exemplo, nos ótimos Quatro Casamentos e um Funeral (Four Weddings and a Funeral, 1994) e Donnie Brasco (1997). Consegue se virar bem diante de superproduções, como fez em Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Goblet of Fire, 2005), provavelmente o trabalho que o levou ao convite para Príncipe da Pérsia.

Porém, faz falta, dessa vez, sua familiaridade para dirigir cenas de ação. Com exceção das lutas com acrobacias, ele se perde ao recorrer a vários recursos misturados. Usa slow motion mas também velocidade acelerada, planos curtíssimos e closes extremos em montagens confusas. No final, acaba se perdendo num exagero de efeitos visuais que tentam compensar a fraca ideia do poder de voltar no tempo. Difícil não cair no sono nessa parte.

Enfim, não fez o sucesso esperado, e a esperança de lançar uma franquia foi por água abaixo.  

Ficha técnica:

Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo | Prince of Persia: The Sands of Time | 2010 | EUA | 116 min | Direção: Mike Newell | Roteiro: Boaz Yakin, Doug Miro, Carlo Bernard | Elenco: Jake Gyllenhaal, Gemma Aterton, Ben Kingsley, Alfred Molina, Steve Toussaint, Toby Kebbell, Richard Coyle, Ronald Pickup, Reece Ritchie.

Onde assistir:
Um rei no trono e um homem sentado num nível mais baixo ao seu lado
Cena de "Príncipe da Pérsia"
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