Como nasceu o filme “Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-rosa”

Cena do filme "Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa"

Estreia hoje nos cinemas o filme Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa, adaptação do best-seller escrito por Judith Kerr. Conheça aqui a origem desse filme.

O livro

Antes de tudo, vamos ao livro. A obra de Judith conta suas lembranças de infância, de quando ela e sua família, de origem judaica, fugiram de Berlim em 1933. Porém, no livro, a autora mudou seu sobrenome de Kerr para Kemper. Nesse sentido, seu pai, o renomado crítico de teatro Alfred Kerr foi chamado de Max, e sua mãe Julia ganhou o nome Dorothea.

Então, em 1971, Judith escreveu o livro sob a perspectiva de seu alter ego, uma menina de nove anos de idade chamada Anna Kemper. Apesar de ser escrita originalmente em inglês, logo a obra ganhou tradução para o alemão. Posteriormente, foi premiada com o German Children’s Literature Award em 1974. Em seguida, entrou para a lista de obras de leitura obrigatória das escolas, a fim de ensinar o que foi o nacionalismo extremo e os resultados dele na sociedade.

A origem do filme

Tudo começou com uma viagem de família para a Normandia. Jochen Laube, que, em parceria com Fabian Maubach, administra a produtora Sommerhaus Filmproduktion, havia viajado com sua esposa e seus filhos para a costa atlântica da França.

“Passamos alguns dias no interior e conversamos muito sobre a Segunda Guerra Mundial, sobre o Nacionalismo e a perseguição aos judeus”, relembra Laube. “Tentamos o máximo que pudemos descrever o período entre 1933 e 1945 de modo que pudesse ser adequado e compreendido pelas crianças, e então lembramos de “Quando Hitler Roubou o Coelho Cor de Rosa”, de Judith Kerr, um livro que tínhamos lido na nossa época de escola.”

Logo, Jochen Laube fez contato com a autora. Ele conta: “A conversa com Judith começou em Londres com a produtora Clementina Hegewisch, que àquela altura possuía os direitos do material para o cinema. Claro que, primeiro, tivemos que ganhar a confiança da escritora. Mas ela estava muito feliz em ver que a adaptação do seu livro para o cinema estava finalmente caminhando adiante e saindo do papel”.

A diretora

Caroline Link, que já conhecia o livro dos seus tempos de escola, afirma: “Desde aquela época, eu já estava impressionada com a leveza com que a história é contada”.

Então, Caroline explica que conversou com Judith Kerr para entender por que, apesar da perseguição pelos nazistas, a obra consegue passar uma mensagem de otimismo: “Ela me contou que suas lembranças de seus anos na Suíça e na França foram muito positivas. Isso porque, para ela e o irmão dela, esses foram anos de grandes aventuras. Seu relacionamento próximo com seu pai a impactou profundamente, e representou um pilar para ela”.

“Judith enfatizou o quanto ela era grata aos seus pais por proteger tanto a ela quanto ao irmão das grandes questões existenciais que aquela situação poderia provocar”, completa a cineasta.

E a diretora gostou particularmente do fato de a história ser apropriada para o público infantil: “Crianças não precisam ter medo do que está sendo narrado no livro, pois ele não é cruel ou assustador. De fato, ele possui uma série de aspectos positivos, mesmo dentro de um contexto melancólico, já que Anna e sua família perdem seu lar, sua fortuna e até mesmo seu próprio idioma por causa da mudança política e social do país”.

Quanto ao roteiro, ela diz: “Tentei criar a tensão pelo clima, pela atmosfera, e com isso Anna e o público gradualmente percebem que a família não voltará mais para Berlim. Então, quis expressar isso usando o calendário em que Anna marca os dias até que ela possa finalmente voltar para casa. E demora um bocado até que ela perceba que não precisa mais contar os dias no calendário”.

Por fim, a diretora afirma que Anna é uma clássica heroína do cinema: “Sempre fui tocada pela bravura com que ela olha para o futuro e busca encontrar o seu caminho em sua nova vida. Sua força e humor, unidos à sua capacidade de empatia e sua sensibilidade, comovem o público”.

E aí, ficou interessado? Então leia também a crítica do filme Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa aqui.

fonte: divulgação

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