Quando a Mulher se Opõe
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Quando a Mulher se Opõe

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Quando a Mulher se Opõe possui aquela pioneira ousadia emancipadora dos filmes de Dorothy Arzner, a única diretora mulher em Hollywood nos anos 1920 e 1930.

Cinema pré-código

Realizado quando se iniciava a política de autocensura moralista dos grandes estúdios, o famoso Código Hays (1930-1968), Quando a Mulher se Opõe já se diferencia nos primeiros minutos. Aliás, é provável que o espectador se surpreenda com a cena em que a protagonista Joan Prentice (Sylvia Sidney) beija numa festa Jerry Corbett (Fredric March), que ela acaba de conhecer e que se encontra profundamente embriagado. Enfim, assim começa a estória.

A inexperiente Joan, filha de um rico empresário, se apaixona pelo jornalista Jerry na noite em que se conhecem. Apesar de ele logo demonstrar problemas de alcoolismo, os dois se casam pouco tempo depois, em uma cerimônia em que os dois parecem estarem num funeral. Afinal, Joan está aborrecida porque ele desmaiou de tanto beber e não compareceu à festa de noivado. Por isso, a frase do título original é repetida mais de uma vez durante o filme. E ela descreve perfeitamente a situação: os dois vão felizes para o inferno.

E vão felizes para o inferno

A vida a dois realmente é infernal, mas melhora um pouco quando Jerry consegue manter a abstinência do álcool. Contudo, a harmonia desmorona quando ele recebe uma proposta de uma companhia de teatro que quer encenar a peça que ele escreveu e que tenta há meses vender. Porém, o que parece ser uma ótima notícia vira pesadelo porque Jerry reencontra uma antiga namorada. Logo, começa novamente a beber, além de ter um caso com ela.

E é aí que Quando a Mulher se Opõe quebra as expectativas do público de hoje em relação aos filmes antigos. A traída Joan encara seu marido e não o impede de ir a um encontro com a amante. Mas o avisa que ela quer os mesmos privilégios. Se ele sair, ela também vai a um encontro com um homem que a convidou. E, Joan de fato faz isso – e justamente com um rapaz interpretado por Cary Grant, num de seus primeiros papéis no cinema. Ou seja, o marido a vê com esse homem super charmoso na mesma festa em que ele está com a amante.

Pena que depois Joan demonstre que o que ela queria era apenas deixar o marido enciumado, e acaba recuando. Porém, sem voltar para ele, afinal a diretora Dorothy Arzner pretendia deixar uma mensagem forte para as mulheres. No final, Quando a Mulher se Opõe acaba numa conclusão mais condescendente, com o casal fazendo as pazes diante de uma tragédia. Dessa forma,  enfraquece a posição corajosa que o filme propôs durante sua estória.


Ficha técnica:

Quando a Mulher se Opõe (Merrilly We Go to Hell, 1932) EUA. 78 min. Dir: Dorothy Arzner. Rot: Edwin Justus Mayer. Elenco: Sylvia Sidney, Fredric March, Adrianne Allen, Richard ‘Skeets’ Gallagher, George Irving, Esther Howard, Florence Britton, Charles Coleman, Cary Grant, Kent Taylor.

Quando a Mulher se Opõe
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