Pesquisar
Close this search box.
Quanto Mais Quente Melhor (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Quanto Mais Quente Melhor

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

Quanto Mais Quente Melhor marca o início da parceria de Billy Wilder e Jack Lemmon, que fariam sete filmes juntos. A química funcionou já nesse primeiro trabalho, rendendo indicações ao Oscar de diretor e ator, respectivamente.

A trama do filme mistura ação e comédia, e envolve mafiosos traficantes de bebidas e uma inusitada solução para os personagens principais, Jerry (Jack Lemmon) e Joe (Tony Curtis), arrumarem um emprego: os dois são músicos e se vestem de mulher para conseguirem trabalhar em uma banda feminina. Ademais, esse subterfúgio serve também para se esconderem de um grupo de mafiosos que quer matá-los por terem testemunhado uma chacina. Perder o emprego e a vida constituem, assim, os riscos de serem desmascarados.

Então, um novo elemento é adicionado ao enredo, na forma escultural de Marilyn Monroe, que faz Sugar Cane, a corista da banda que dificulta ainda mais a manutenção dos disfarces dos dois mulherengos. Joe inventará outro papel para si mesmo, um milionário que tentará seduzir Sugar Cane.

As atuações

Assim, Tony Curtis encara a difícil tarefa de interpretar três personagens. Tira de letra encarnar Joe, um malandro conquistador de mulheres, que sempre perde o dinheiro que ganha como músico em apostas. Esse papel, afinal, não se difere tanto de sua própria persona no quesito sexo. Mas, se faz de forma estereotipada e exagerada o milionário que quer fisgar Sugar Cane, por outro lado, está contido demais na pele de Josephine, fingindo ser mulher.

Marilyn Monroe já estava em curva descendente em sua carreira, e faria apenas mais dois filmes após esse. Com o cabelo seco e desgrenhado, seus olhares miram o vazio em certos momentos, revelando os problemas que enfrentava com drogas e álcool. Mesmo assim, está sedutora como sempre, e funciona perfeitamente como a corista que consegue atrair os homens.

Mas talvez a cena mais fraca de Quanto Mais Quente Melhor seja a da sedução de Sugar Cane pelo milionário a bordo do iate. O exagero de Tony Curtis e a falta de convicção na atuação de Marilyn Monroe acabam com o humor da cena. Nesta sequência menos interessante se sente a ausência de Jack Lemmon na tela.

Lemmon é a grande estrela deste clássico. Desde o início, enquanto se acompanha as desventuras dos dois músicos, é com Jerry que todos se simpatizam. Ao se transvestir em Daphne, o ator não economiza nos rebolados e trejeitos femininos. Talvez o público de hoje já não veja tanta graça nessas cenas, mas na época arrancavam gargalhadas homéricas.

Diálogos e ritmo

Acima de tudo, o que mantém o filme ainda engraçado são os diálogos inteligentes (escritos pela dupla Billy Wilder e I.A.L. Diamond) despejados velozmente por Jack Lemmon, com timing perfeito. A história mostra que personagens transvestidos só funcionam nas mãos de grandes atores, vide Tootsie (1982), com Dustin Hoffman, e Uma Babá Quase Perfeita (1993), com Robin Williams.

O ritmo de Quanto Mais Quente Melhor é frenético e inclui algumas cenas com confusão e correria, como a festa do pijama no trem e as perseguições no hotel, mas o filme fica no limite entre a comédia pastelão e o humor inteligente. Jerry Lewis tinha recebido uma proposta para o papel de Jerry/Daphne, mas recusou. Com Lewis no lugar de Lemmon, com certeza o resultado seria outro.

Nota: Este artigo fez parte do workshop “Curso de Crítico de Cinema”, na Latin America Film Institute, com o instrutor Edu Fernandes. www.lafilm.com.br


Quanto Mais Quente Melhor (filme)
Quanto Mais Quente Melhor (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo