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Refém da Paixão (filme)
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Refém da Paixão

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Antes de tudo, é essencial salientar que Refém da Paixão (Labor Day) se insere primordialmente dentro do gênero romance. Caso contrário, o filme desagradará logo de cara, quando Adele (Kate Winslet), uma mulher divorciada, aceita levar para sua casa um homem ferido e ensanguentado. A cena tenta justificar sua decisão pelo perigo da proximidade dele com o filho adolescente dela, Henry (Gattlin Griffith), mas eles estão num lugar público, um supermercado e o homem está desarmado. Se você espera que o filme seja um suspense, como eu fiz ao consultar o seu gênero no IMDb, torcerá o nariz pela ingenuidade da moça. Porém, conforme a trama vai se desenrolando e entrando cada vez mais no drama romântico, esse desconforto inicial se dissipa. Afinal, dentro da fórmula desse gênero, encontramos aí um meet-cute dos mais criativos.

A sequência seguinte ainda mantém o suspense, pois descobrimos que esse desconhecido é Frank (Josh Brolin), um fugitivo da polícia. Os noticiários na TV ressaltam que ele é perigoso. No entanto, ele se mostra dócil com Adele e Henry, e afirma que só deseja descansar para depois pegar o trem e fugir daquela pequena cidade. Mas, eles estão num feriado prolongado (o Dia do Trabalho do título original), então ele precisa ficar mais tempo por ali. E aproveita para consertar a casa e o carro, e ainda ensinar ao menino como jogar beisebol. Enfim, realizar tarefas que ninguém fazia porque não havia um homem na casa. Aliás, isso inclui também o sexo. Nesse ponto, o filme cresce, com uma atração mútua crescente que desemboca na explosão de sensualidade contida durante a preparação de uma torta de pêssego.

Tristezas do passado

Enquanto esse romance esquenta, acompanhamos flashbacks recorrentes de outra história de amor, esta com final tráfico. A princípio, pensamos que se trata do relacionamento de Adele com seu ex-marido, mas logo descobrimos que estamos descobrindo o que levou Frank à prisão. Ao contrário de um assassino frio de um filme de suspense, ele é uma pessoa digna que cometeu um erro fatal e admite sua culpa. Já o trauma de Adele também ganha um flashback específico, mais curto, quando se revela o motivo de o marido ter partido com a secretária para constituir uma nova família.

Embora o passado de Frank seja o mais dramático, o filme trata os dois como pares com tristezas equivalentes. Agora, os dois possuem uma nova chance de serem felizes, nesse novo relacionamento que nasce de forma improvável. Mas o tom melancólico manifesta que o romance tem obstáculos intransponíveis, lembrando o desenrolar de As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, 1995). Afinal, são amores que quebram as convenções. Além disso, nesses dois filmes, despertam a paixão que estava recolhida em suas protagonistas. Os cinco dias que passaram juntos jamais serão esquecidos, nem mesmo pelo filho Henry, como revela o final, de forma um tanto apressada. Henry, que foi o narrador durante todo o filme agora está adulto (papel de Tobey Maguire) e demonstra que Frank foi mais importante que seu próprio pai, até mesmo na profissão que resolveu seguir.

Jason Reitman

O diretor Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, já realizara outros filmes românticos, mas com um pé na comédia. Por exemplo, Juno (2007) e Amor Sem Escalas (Up In The Air, 2009), que são muito bons. Agora, em Refém da Paixão, adapta o livro de Joyce Maynard, estreando no drama romântico, e ainda com uma pitada diferenciada de suspense e policial. Reitman descobre uma improvável química sensual entre Josh Brolin e Kate Winslet (vale a pena ver e rever a cena da torta de pêssego) e, novamente, realiza um romance com emoções em alta temperatura.


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