Entre os dias 29 de janeiro e 9 de fevereiro de 2025, a Cinemateca Brasileira começa sua programação do ano com a Retrospectiva Mazzaropi. Em parceria com o Instituto Mazzaropi, essa mostra vai te levar a uma jornada por 18 filmes de um dos maiores artistas do cinema brasileiro.
A retrospectiva comemora a finalização do projeto “Digitalização e Difusão de Obras de Amácio Mazzaropi”, aprovado pela Lei Paulo Gustavo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo. Como parte dessa iniciativa, seis filmes de Mazzaropi foram digitalizados, e as novas cópias digitais serão exibidas pela primeira vez durante a mostra. E tem mais: o projeto também levará essas obras e uma programação especial para Taubaté em abril, em parceria com o Instituto e o Museu Mazzaropi.
Você vai poder conferir os filmes que marcaram a carreira de Mazzaropi, conhecido pelo icônico personagem caipira. Suas comédias leves e divertidas, muitas vezes com um toque de melodrama, abordavam temas como o racismo, a reforma agrária, as injustiças sociais e a relação entre o campo e a cidade. Seu trabalho se voltava para o cotidiano de grupos marginalizados da sociedade brasileira, usando o humor como principal elemento e uma linguagem popular que conquistava plateias em todo o Brasil.
Sobre Mazzaropi
A carreira de Amácio Mazzaropi (1912-1981) começou em 1926, quando entrou para uma trupe circense. Ele passou pelo teatro até 1946, contratado pela Rádio Tupi para um programa voltado ao público do interior. Em 1951, Mazzaropi entrou para a Companhia Cinematográfica Vera Cruz e fez sua estreia no cinema com Sai da Frente (1952), filme que abrirá a Retrospectiva. Na Vera Cruz, ele também participou de Candinho (1953), que terá uma sessão especial na tela externa.
Depois de deixar a Vera Cruz, ele trabalhou em várias produções até criar sua própria produtora, a PAM Filmes – Produções Amácio Mazzaropi, em 1958. A partir desse momento, Mazzaropi passou a ter maior controle criativo e criou uma estratégia de distribuição que levou milhões de pessoas ao cinema. A maioria dos filmes selecionados para a mostra é dessa fase, com destaque para Zé do Periquito (1961), O Lamparina (1964), O Corintiano (1966) e O Puritano da Rua Augusta (1966).
Além das sessões, você poderá participar do debate “Vida e obra de Amácio Mazzaropi”, com a presença de Cláudio Marques Luiz, Paulo Duarte e Celso Sabadin. O debate será acessível em Libras e transmitido ao vivo pelo canal YouTube da Cinemateca Brasileira.
A programação é gratuita, e você pode pegar os ingressos uma hora antes de cada sessão.
Digitalização de difusão
Aprovado pelo edital da Lei Paulo Gustavo, o projeto teve um investimento de R$ 200 mil para a digitalização de seis filmes de Amácio Mazzaropi. Ele ainda inclui mostras e debates em 2025, tanto na Cinemateca Brasileira, quanto no Museu Mazzaropi, em Taubaté. Para recuperar essas obras, foram realizadas ações de pesquisa, conservação e digitalização de seis filmes, que agora terão cópias em formato DCP para exibição em cinemas. Esses filmes, que pertencem aos acervos da Cinemateca Brasileira e do Museu Mazzaropi, não tinham cópias digitais e são essenciais para a filmografia de Mazzaropi, como sua estreia em Sai da Frente (1952), e O Corintiano (1966), que contém cenas de jogos do Corinthians.