Co-produzido entre Brasil, França e Alemanha, “Salamandra” estreia no Festival Internacional de Cinema de Veneza de 2021.
Leia a crítica de “Salamandra” aqui.
O filme do diretor Alex Carvalho foi selecionado para a competição da Semana da Crítica do Festival. Com quatro exibições previstas no evento, o longa-metragem terá apresentação para a imprensa na sexta-feira, dia 3 de setembro, première no sábado, dia 4, e o público terá acesso em duas sessões no domingo, dia 5.
“Salamandra” é protagonizado pela francesa Marina Föis, no papel de Catherine, e Maicon Rodrigues, que dá vida ao jovem Gilberto. Este é o primeiro longa do diretor Alex Carvalho no cinema.
“Estou encantado com a oportunidade de lançar meu longa de estreia em um dos festivais mais antigos e respeitados do cinema autoral. A relação entre Catherine e Gilberto me parece necessária em tempos de tanta instabilidade e falta de compreensão. Passada em minha cidade natal, a fábula joga com a tensão do legado colonial e a mistura entre culturas. A experiência de Catherine pode ser extrema em sua violência e irrevogabilidade, mas em seu cerne estão questões de identidade que muitos acharão desconfortavelmente familiares”, comenta Alex.
A trama
Baseado no romance do médico e escritor francês Jean-Christophe Rufin, que foi adido cultural do Consulado Geral da França em Recife de 1989 a 1990, o longa-metragem apresenta a história de Catherine, que lida com diversos questionamentos emocionais e busca experimentar a vida no Brasil, mais especificamente em Recife, onde vive sua irmã. Em uma tarde na praia, conhece Gil, com quem cria uma relação improvável e que se torna o fio condutor nessa narrativa de busca de si mesmo e de novas perspectivas.
Segundo Rufin, a adaptação do texto para o filme é uma honra e se sente lisonjeado com o resultado final do filme. “Estou extremamente feliz com a adaptação do meu romance. Parabéns, da minha parte ao Alex e a toda equipe. A performance de Marina Fois é excepcional. A estética do filme e sua escrita são fortes e comoventes. Mil bravos.”
Com barreiras culturais e linguísticas, o filme nos faz questionar o quanto somos, de fato, escutados e compreendidos quando nos comunicamos. Nessa relação entre uma francesa de meia-idade e um brasileiro de vinte e poucos, que quase nada se entendem oralmente, o sentimento e os pilares são construídos através dos gestos e detalhes que contam muito mais sobre eles do que as palavras. Ao transcender as tantas diferenças existentes, eles se aventuram pela paixão, tateando o novo.
Ela, que pouco tinha voz e era incompreendida, foi em busca de si a partir do momento que se viu livre das responsabilidades que lhe foram impostas. Ele, que cresceu com a premissa de que tinha poucos direitos e futuro, aprendeu com o tempo a se virar e ir atrás de seus objetivos. Ao se cruzarem, ele apresentou para ela um novo mundo, novas possibilidades e uma energia que ela havia perdido dentro de si. E ela entendeu que ele poderia ser a fonte de juventude e vida que ela viu escorrer pelas mãos, mas que agora poderia recontar essa história. Como uma boa paixão, é intensa e inconsequente. E o resultado poderia até ter sido evitado, mas o mergulho não teria sido tão profundo.
Seleção para Veneza
O comitê de seleção do Festival de Veneza, representado por Beatrice Fiorentino (General Delegate do Festival de Veneza), fez a seguinte declaração sobre “Salamandra”: “Um filme de indiscutível valor estético, um olhar ousado e pouco convencional sobre a dinâmica de um casal que experimenta o desejo contra todas as regras do bom senso. Por trás de toques de melodrama, Salamandra esconde um “faroeste da alma” onde as armas de fogo são atração e desejo, uma história de domínio mútuo e colonização que é consumida pelos corpos. A história apaixonante de Catherine e Gil oferece uma chave essencial para compreender o retrato feminino da memória Truffautiana e uma sociedade cujas regras são impossíveis de fugir.”
O roteiro é assinado pelo próprio diretor, com a colaboração de Thomas Bidegain, Alix Delaporte, Rita Toledo e Nelson Caldas Filho. O time criativo inclui ainda a fotógrafa canadense Josée Deshaies, a montadora Joana Collier e a diretora de arte Juliana Lobo. O elenco conta também com os brasileiros Bruno Garcia e Allan Souza Lima, além da francesa Anna Mouglalis.
O longa foi rodado inteiramente no Recife e conta com a coprodução de Canal Brasil e Telecine. O filme será lançado no Brasil pela Pandora Filmes.
(fonte: divulgação)