Sede de Pecar é um filme do final dos anos 60 com temática e cenas até que ousadas para seu tempo. Conta a história de Christine Adams, jovem de 19 anos que foge da casa de seus pais, no interior dos EUA, para viver com seu namorado em Los Angeles. Mas, logo percebe que essa vida não lhe agrada. Então, parte para Las Vegas, onde encontra várias aventuras. Envolve-se com o mundo da noite através de um comediante, e vira dançarina de palco apresentando-se seminua. Depois, transa com um músico de rock, até que se casa novamente. Desta vez, com um jogador de futebol americano.
Porém, o matrimônio não põe fim a sua vida agitada. Apanha e é violentada por um empresário e o casal foge para Los Angeles. Fica viúva, vira acompanhante de velhos endinheirados e vive numa boa às custas de um desses amantes e dormindo com o músico de rock. Mas não quer saber de estabilidade e no final do filme acaba presa. Enfim, tudo isso acontece em três anos.
Elenco e direção
Jacqueline Bisset, na época com 25 anos, interpreta Christine, mostrando bastante vivacidade e instabilidade, características da personagem. No entanto, como aparenta ser sofisticada demais para o papel, isso acaba ajudando no constante questionamento que Christine faz sobre sua vida, sempre em dúvida sobre para onde ir.
Já o diretor Jerry Paris havia feito, até então, comédias familiares, como Lua de Mel com Papai e Como Roubar Um Milhão Sem Fazer Força, e mostra que tinha mãos leves demais para um tema pesado como o de Sede de Pecar. O mesmo comentário cabe ao roteirista Garry Marshall (futuro diretor de Uma Linda Mulher e Frankie & Johnny), que possuía currículo similar ao de Paris.
Na verdade, Sede de Pecar deveria ser um drama profundo. Com o tom certo, mostraria Christine como um gafanhoto (tradução do título original), devorando a todos que encontra para saciar seus prazeres (ou sua “sede de pecar” do título nacional).
