Pesquisar
Close this search box.
Sede de viver (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Sede de Viver

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

Sede de Viver é a caprichada cinebiografia do pintor Vincent Van Gogh, com direção de Vincente Minnelli e George Cukor, e com Kirk Douglas e Anthony Quinn no elenco.

Pelo bom resultado do filme, Kirk Douglas recebeu uma indicação ao Oscar de melhor ator pela sua interpretação do personagem principal e Anthony Quinn venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante no papel de Paul Gauguin. Adicionalmente, Sede de Viver ainda concorreu ao Oscar de melhor roteiro adaptado e melhor direção de arte em cores.

O filme retrata a vida de Van Gogh desde sua juventude até a sua morte. No início, a fim de descobrir o que fazer da sua vida, ele parte para uma cidade carvoeira para atuar como pastor. Mas, acaba largando a igreja para ajudar os miseráveis trabalhadores. Seu irmão Theo, sempre bem financeiramente, o ajuda constantemente, e apoia Van Gogh na sua busca pela realização como pintor. Assim, Theo financia viagens para Paris, onde apresenta o irmão a outros pintores, e para Provença, local cuja paisagem inspira uma grande produção de pinturas. Porém, Theo não consegue vender os quadros de Van Gogh, cujo talento só seria valorizado após sua morte.

Pinturas na tela

Sede de Viver se esmera em reproduzir na tela do cinema as pinturas de Van Gogh. Num excepcional trabalho de direção de arte, os cenários copiam as cores intensas, os móveis, os personagens, enfim, os quadros do pintor, sem cair no artificialismo. Diferencia-se, portanto, de Sonhos (1990), de Akira Kurosawa, que leva os personagens para dentro dos quadros. Vincente Minnelli, dessa forma, revela o olhar do artista que vê a realidade com os filtros de sua arte.

Van Gogh possuía uma mente atormentada, o que resultou em atos de violência contra si e contra os outros. Sua agressividade se tornava um obstáculo para manter relacionamentos com outras pessoas. O filme retrata, inclusive, o momento em que foi internado em um manicômio, depois de arrancar a sua própria orelha. Essa necessidade de sentir a vida com intensidade se reflete no tom do filme, que possui poucos trechos de calmaria.

As interpretações de Kirk Douglas como Van Gogh e de Anthony Quinn como Paul Gauguin, o seu único amigo, acompanham a intensidade desses personagens. Ao lado de Van Gogh, Gauguin está até um degrau abaixo nesse quesito, pois ele busca uma ordem totalmente ausente no colega. Mas são figuras sempre à beira de explodir.

E, por isso, o expectador que mergulha no filme se sentirá exausto ao final de suas duas horas de duração. Sede de Viver impõe um tom sempre alto e se transforma numa experiência digna do conflito que queimava dentro de Vincent Van Gogh.


Sede de viver (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo