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Shiva Baby (filme)
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Shiva Baby

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Engraçado, por vezes dramático, e original, Shiva Baby revela a jovem cineasta Emma Seligman. Essa sua estreia em longa é uma extensão de seu curta de 8 minutos lançado em 2018, estrelado pela mesma Rachel Sennott, também uma revelação.

Rachel Sennot vive Danielle, que está caindo na vida adulta sem nenhum paraquedas. Ela diz a todos que está estudando Direito e trabalhando como babá para pagar as contas. Mas, na verdade, ela estuda Ciências Sociais (uma carreira sem futuro, segundo seus pais), e ganha dinheiro transando com um homem casado. Um encontro íntimo com ele, Max (Danny Deferrari), a faz se atrasar para o funeral de um amigo dos pais dela. Por isso, ela chega somente para o Shivá, reunião dos amigos e parentes do falecido.

Não bastassem a mãe dominadora, o pai sem noção, e os conhecidos que cobram dela um namorado, Danielle ainda encontra no local sua ex-namorada Maya (Molly Gordon), que ainda quer ficar com ela, e Max. Para piorar, depois chegam a esposa e o bebê de Max. Esses elementos de risco logo levam a coincidências desastrosas.

Desmoronamento

A diretora Emma Seligman evidencia o desmoronamento da protagonista na sua aparência (sua meia-calça se rasga por causa de um parafuso, derrubam café na sua camisa branca, a maquiagem fica borrada) e na forma de filmar (closes exagerados, que até ficam distorcidos, cores verdes fortíssimas, e música estridente, entre outros recursos). A cena final, com todos espremidos na van, reforça que não tem como ela fugir de suas mentiras.

O ambiente judaico, os personagens tipificados de acordo com essa tradição, a protagonista tentando desastradamente se livrar da enrascada na qual se meteu, e outros elementos constroem um humor próximo do cinema de Woody Allen. Diferente, claro, por conta do grande hiato geracional, mas Emma Seligman mostra a mesma contundência (e coragem) de fazer comédia com o meio no qual vive. Um meio sufocante, como os dois cineastas sugerem em seus filmes.

Avalanche

O efeito avalanche das confusões confinado a um espaço restrito costuma render ótimos filmes. Principalmente quando essa sensação de crescente sufocamento está alinhada à narrativa, como acontece em Shiva Baby.

A protagonista Danielle nem queria ir ao evento, mas a mãe demanda sua presença. O desconforto começa ainda na rua, quando o pai chega numa van gritando o seu nome, e piora quando ela avista sua ex, Maya. Lá dentro, vários dos presentes comentam sobre sua magreza e a ausência de um namorado. E, como ela mente sobre seu trabalho e seus estudos, ela precisa se preocupar em manter as aparências. Como, então, fingir indiferença diante da presença de seus dois relacionamentos amorosos mais fortes?

A única solução seria fugir dali, mas como numa versão não-fantástica de O Anjo Exterminador (El ángel exterminador, 1962), ela está impedida de sair. Aliás, pode não ser fantástica, mas essa trama é como uma reprodução intensificada do difícil processo de se entrar na vida adulta.

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Ficha técnica:

Shiva Baby | 2020 | 77 min | EUA | Direção e roteiro: Emma Seligman | Elenco: Rachel Sennott, Danny Deferrari, Fred Melamed, Polly Draper, Molly Gordon, Glynis Bell, Rita Gardner, Cilda Shaur, Jackie Hoffman, Deborah Offner.

Onde assistir:
Shiva Baby (filme)
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