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Sniper Americano (filme)
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Sniper Americano

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

“Sniper Americano” pode ser assistido sob dois pontos de vista distintos. Por um lado, como uma louvação patriota ao herói de guerra americano. Por outro, como crítica à guerra, que provoca efeitos psicológicos nos combatentes.

O roteiro é baseado na autobiografia de Chris Kyle, um combatente da marinha americano considerado o atirador mais letal da história militar dos Estados Unidos. Ele se alistou voluntariamente após se sensibilizar com o ataque de 11 de setembro de 2001 e posteriores ataques a embaixadas americanas no Oriente Médio.

Ao inferno, e de volta

O filme mostra o duro treinamento enfrentado por Kyle, seu casamento, quatro missões no campo de guerra, o nascimento de seu filho e, posteriormente, de sua filha. Nas batalhas, Kyle se destaca pela precisão de seus disparos de longa distância, tendo papel crucial na defesa de seus companheiros de batalha. Porém, após cada campanha, retorna à sua vida familiar mais transformado, afastando-se psicologicamente de sua esposa e de seus filhos. O herói americano não consegue conciliar os horrores da guerra com a vida pacata no seu país, onde a maioria está indiferente a esses confrontos. Dessa forma, sua obstinação em ajudar sua nação aumenta junto com sua deterioração mental.

Bradley Cooper adquiriu os direitos da obra de Chris Kyle e ele mesmo o interpreta. Fisicamente, Cooper está irreconhecível. Ganhou muitos quilos para o papel, deixou a barba crescer, e troca sua pinta de galã por uma identificação realista de um típico americano.

Além dele, Sienna Miller demonstra a carga dramática necessária, de forma convincente, no papel da esposa de Kyle. Afinal, ela é a pessoa que mais sofre com os transtornos mentais do sniper. De fato, tanto Cooper como Sienna passam por uma incrível mutação que os fazem se assemelhar muito com o casal real que eles interpretam, tal como comprovam as fotos nos créditos finais.

Descrição dura

O diretor Clint Eastwood opta por uma descrição dura, sem romantismo, da história. Por isso, não espere uma fotografia exuberante nos territórios em guerra. Aqui, a abordagem em “Sniper Americano” afasta o estilo utilizado nos seus filmes de 2006 com tema similar, ou seja, “A Conquista da Honra” (Flags of our Fathers) e “Cartas de Iwo Jima” (Letter from Iwo Jima). E, tal opção combina com o fato de o assunto ser recente e ainda não mitificado.

O final trágico ressalta a crítica aos efeitos da guerra. Afinal, nos Estados Unidos, os veteranos de guerra são numerosos e muitos possuem transtornos mentais. Até por isso, possuem benefícios especiais, como descontos em estudos e entretenimento. Entretanto, logo antes e durante os créditos finais, imagens reais (filmes e fotos) de Kyle e sua família e reportagens sobre as homenagens ao herói pesam para o lado tributo.

Enfim, Eastwood deixa o tema aberto, para o espectador escolher sua posição sobre o filme. Da parte do cineasta, uma opção neutra, que ressoa bem também comercialmente, o que foi comprovado nas bilheterias (US$ 350 milhões só no mercado norte americano). De fato, dessa forma acaba abrangendo um público alvo maior.

Porém, a tendência para o espectador de outro país é não se identificar tanto com o protagonista, pois não temos veteranos de guerra como ele por aqui. Com isso, “Sniper Americano” se torna um pouco distante.


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