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Poster de "Sob a Pele"
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Sob a Pele

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Os holofotes da cinefilia se voltam para Jonathan Glazer, agora que seu Zona de Interesse (2023) venceu a Palma de Ouro e recebeu cinco indicações ao Oscar. A filmografia do diretor inglês, iniciada em 1994, conta com vários videoclipes, e apenas quatro longas. A ficção científica Sob a Pele é o terceiro deles.

Um filme hermético, porque traz o ponto de vista de uma alienígena na Escócia. Interpretada por Scarlet Johansson, que fala muito pouco. Na verdade, aprendeu o idioma há pouco tempo, como mostram as enigmáticas imagens iniciais. Durante o filme, são poucas as falas, e menos ainda os diálogos, porque nem sempre ela consegue responder ao que lhe perguntam. Também pudera, pois a sua intenção é atrair homens para um lugar e matá-los de uma forma peculiar.

O filme é também experimental, em alguns trechos. O covil da alienígena, em especial, com o fundo totalmente preto, como se não existissem dimensões, é um bom exemplar desse experimentalismo. Lá, enquanto ela se despe aos poucos, a vítima que a segue vai afundando enquanto caminha. Em dado momento, o filme revela o que acontece com as vítimas, seus corpos absorvidos numa espécie de lodo negro, algo difícil de se imaginar mas que Jonathan Glazer consegue criar na tela.

A humanização como fraqueza

O diretor não quer explicar demais a trama, mas revela que outros alienígenas também estão na Terra, e andam em velozes motos de corrida. Como se fossem supervisores da protagonista, eles garantem a execução dos serviços dela, sem deixar pontas soltas. Eles entram em ação quando a alienígena decide liberar uma vítima, um rapaz com deformidade no rosto. Essa compaixão marca o início do fracasso da missão da personagem principal. O processo, então, se consolida quando ela descobre sua sexualidade feminina, e precisa fugir de um homem que tenta estuprá-la. Ou seja, quanto mais ela se aproxima das características humanas, mais frágil se torna.

Sob a Pele, assim, revela um diretor primordialmente visual, que filma sequências cadenciadas, sem pressa, e que quer contar a narrativa através de imagens. Quanto ao tema, escolhe aqui uma história esfíngica baseada no livro de Michael Faber. Provoca reflexões sobre o comportamento feminino, e também da humanidade como um todo.  

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Ficha técnica:

Sob a Pele | Under the Skin | 2013 | 108 min | Reino Unido, Suíça, EUA | Direção: Jonathan Glazer | Roteiro: Jonathan Glazer, Walter Campbell | Elenco: Scarlett Johansson, Jeremy McWilliams, Krystof Hádek, Paul Brannigan, Adam Pearson, Dave Acton, Lynsey Taylor Mackay.

Onde assistir:
Mulher nua pegando a roupa de outra mulher.
Cena de "Sob a Pele"
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