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Sob as Escadas de Paris (filme)
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Sob as Escadas de Paris

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Sob as Escadas de Paris é um city tour by night pela Paris que os turistas não conhecem. Ou seja, a Paris dos marginalizados que vivem nos subterrâneos ou em acampamentos improvisados.

Os protagonistas do filme representam dois desses grupos. Catherine Frot vive Christine, uma mendiga solitária e o ator mirim Mahamadou Yaffa é Suli, o filho de uma refugiada recentemente presa para deportação.

O filme entrega o que se espera dele. É um relato edificante em que o sentimento de solidariedade se impõe sobre o egoísmo. No caso de Christine, o egoísmo resulta do instinto de sobrevivência. Quando o menino surge em sua vida, ela o rejeita, e com razão, pois logo ele provoca a perda de seu refúgio privilegiado. Porém, ao perceber que Suli não conseguirá sobreviver sozinho, Christine resolve ajudá-lo. Afinal, ela também é mãe. Apesar de o filme não se aprofundar no que os distanciou, a cena da venda do amuleto deixa claro que ela prefere esquecê-lo.

 A direção

O diretor alemão Claus Dexel, em seu segundo longa ficcional para o cinema, realiza um trabalho competente, privilegiando os close-ups com o fundo desfocado, o que destaca os protagonistas, que são valorizados na trama. Por outro lado, se sobressaem três momentos do filme. Dois deles são os delírios fantásticos de Suli, primeiro uma modelo de vermelho que ele confunde com sua mãe e a outra com três mulheres atravessando a tela. O outro é a emocionante cena final, com a ausência de som que acentua a sensibilidade do encontro. E a suspensão auditiva se justifica porque Christine observa tudo de trás de uma parede de vidro.

Aliás, o silêncio faz parte da essência do filme, pois Suli não fala francês. Então, a comunicação dele com Christine se dá, acima de tudo, através de olhares e gestos. Nesse sentido, Christine declara, pela primeira vez, seu interesse pelo garoto quando o protege do frio. Além disso, ela praticamente não fala durante os primeiros minutos do filme, de tanto que se isolou do mundo.

Preconceito

Sob as Escadas de Paris não tem intenção de ser panfletário, mas retrata o preconceito contra os imigrantes na França. Por isso, quando Suli encontra um grupo de compatriotas de Burquina Faso, ele se sente tão acolhido, ainda que não os conheça. Sem denunciar um tratamento violento por parte dos parisienses, o fato de colocar os refugiados habitando as margens da cidade já denuncia uma situação extremamente dura. Esse realismo está no título nacional, apesar de o original ser mais poético (“Sous les étoiles de Paris”, ou seja, “Sob as Estrelas de Paris”).

Em conclusão, o filme não apresenta novidades. Recentemente, vimos uma história similar em Rosa e Momo (2020), com Sophia Loren no elenco dessa refilmagem. Porém, Sob as Escadas de Paris é um filme que cumpre sua missão e não decepciona.

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Ficha técnica:

Sob as Escadas de Paris | Sous les étoiles de Paris | 2020 | França | 83 min | Direção: Claus Drexel | Roteiro: Olivier Brunhes, Claus Drexel | Elenco: Catherine Frot, Mahamadou Yaffa, Baptiste Amann, Jean-Henri Compère, Dominique Frot, Richna Louvet, Farida Rahouadj, Raphaël Thiéry.

Distribuição: A2 Filmes.

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Trailer:
Onde assistir:
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