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Cinemateca Brasileira: Exposição “Sobre Nós – 60 Anos de Resistência Democrática no Brasil”

Exposição “Sobre Nós - 60 anos de Democracia no Brasil” _ Crédito_ Bijari

A Cinemateca Brasileira será o cenário, em julho, da exposição “Sobre Nós – 60 anos de resistência democrática no Brasil”, organizada pelo Instituto Vladimir Herzog. Esta mostra celebra os 15 anos de atuação da entidade, narrando a trajetória da luta por justiça e democracia no país, desde 1964 até os dias atuais.

A exposição oferece uma imersão na história recente do Brasil, passando pelas Jornadas de Junho de 2013, a Comissão Nacional da Verdade e suas recomendações, e a ocupação das escolas por estudantes secundaristas em 2015. Destaca-se também a coragem e resiliência daqueles que resistiram ao regime militar e defenderam os direitos civis nos últimos 60 anos. Entre os destaques, estão periódicos da imprensa de resistência ao regime militar, documentos que ilustram o enfrentamento de jornalistas e artistas à censura, além de manifestações artísticas e culturais em defesa dos direitos civis. Bandeiras de movimentos sociais, trechos de obras videográficas, como a do diretor Eduardo Escorel que retrata o cortejo e morte do secundarista Edson Luís, símbolo da repressão militar em 1968, também serão exibidos.

Filmes programados

Com um espaço especial dedicado ao cinema, a exposição apresentará, de 11 a 14 de julho, a mostra “É preciso estar atento”, com quatro filmes que dialogam diretamente com as histórias contadas pelas obras. Serão exibidos três documentários e um filme de ficção que abordam temas de resistência, como Domingo no Golpe, de Gisele Beiguelman e Lucas Bambozzi, sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023; Torre das Donzelas, de Susanna Lira, sobre mulheres prisioneiras políticas na ditadura militar; Memória Sufocada, de Gabriel Di Giacomo; e Espero tua (Re)Volta, de Eliza Capai. As sessões serão seguidas de debates com a presença dos diretores e especialistas convidados.

A escolha da Cinemateca para sediar a exposição não é casual. Além de ser um símbolo da preservação da memória cultural e cinematográfica do país, a Cinemateca possui uma forte ligação com a história do Instituto Vladimir Herzog. Foi ali que, há 15 anos, foi realizado o evento de fundação da entidade. Herzog já havia se aproximado da Cinemateca no início da década de 1960, colaborando com figuras como Rudá de Andrade, Paulo Emílio Salles Gomes e Jean-Claude Bernardet, contribuindo para a difusão cinematográfica por meio de cineclubes, mostras e cursos. Em 1963, ao lado de Maurice Capovilla, participou de um estágio no Instituto de Cinematografia da Universidad del Litoral, na Argentina, onde produziu seu documentário Marimbás. Esse período fortaleceu suas conexões com a Cinemateca e o cinema.

“A celebração dos 15 anos do Instituto Vladimir Herzog reafirma nosso compromisso com a defesa dos valores democráticos e dos direitos humanos”, afirma Rogério Sotilli, diretor do Instituto Vladimir Herzog. “Desde a fundação, o IVH é considerado um farol na luta contra a violência, a desinformação e o esquecimento, dedicando esforços à educação em direitos humanos, à defesa da liberdade de expressão e à preservação da memória brasileira, sobretudo neste contexto recente que ainda carrega o legado nefasto do autoritarismo”.

A exposição é patrocinada pelo Itaú, através da Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal e apoio institucional da OAK Foundation.

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Serviço:

Exposição “Sobre Nós – 60 anos de resistência democrática no Brasil”

Onde: Cinemateca Brasileira (Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo)

Quando: de 02 a 22 de julho de 2024 – das 10h às 18h

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