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Sol Alegria (filme)
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Sol Alegria

Avaliação:
4/10

4/10

Crítica | Ficha técnica

Sol Alegria leva para o cinema a anarquia do teatro contestador brasileiro.

Apesar de não contar com a proximidade entre os atores num palco e sua plateia o filme tem clara intenção de provocar o desconforto, o confronto que ameaça e provoca até insegurança. Para isso, recorre a cenas propositadamente escandalosas.

Como o público de um filme é mais diverso que o de um teatro, Sol Alegria tenta atingir a todos com provocações direcionadas.

Assim, logo no início, mostra explicitamente um dos protagonistas recebendo sexo oral de outro homem. Depois, apresenta freiras lésbicas e armadas que produzem drogas. Ainda nessa mira que atinge os costumes, tem o casal de irmãos em carinhos incestuosos.

De outro lado, o conteúdo político abertamente agride a direita extremista, desde o assassinato de um senador que é pastor e corrupto, até as guerrilhas que se armam para atacar o regime no poder. E nem sempre as armas são de fogo – o combate vem também em forma escatológica, como o bombardeio com fezes.

Sem regras nem limites

Nessa toada sem regras nem limites, não há preocupação com o realismo. Pelo contrário, utiliza recursos clássicos de forma descompromissada, como as back projections completamente fora de proporção. Além disso, o filme ainda apresenta intervenções musicais, inclusive uma com Ney Matogrosso.

Paria um clima de anarquia que lembra as peças do Teatro Oficina, de Zé Celso. De fato, o filme é tão transgressor quanto. Flerta com o perigo, como se voltássemos aos anos de ditadura militar das décadas de 1960 e 1970. Aliás, a marcha à ré do carro dos protagonistas no final do filme provoca essa sensação de que estamos retroagindo para aqueles tempos funestos.

Como resultado de tudo isso, Sol Alegria satisfaz o público que vibra com as peças teatrais contestadoras. Mas, desagrada quem não está habituado a obras assim anárquicas. Com certeza, o seu realizador Tavinho Teixeira, de Luzeiro Volante (2011) e Batguano (2014), corajoso como ele só, não está preocupado com aceitação.

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Ficha técnica:

Sol alegria | 2018 | Brasil | 90 minutos | Direção: Tavinho Teixeira | Elenco: Joana Medeiros, Mauro Soares, Tavinho Teixeira, Mariah Teixeira, Ney Matogrosso, Suzy Lopes, Anita Medeiros, Everaldo Pontes, Vera Valdez, Toreba Sagi, Gustavo Vinagre, Danny Barbosa.

Onde assistir:
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