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Stromboli (filme)
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Stromboli

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Roberto Rosselini foi um dos fundadores do neorrealismo italiano, sendo seu filme “Roma, Cidade Aberta” (Roma città aperta, 1945) um dos marcos desta escola de cinema. “Stromboli” segue essas trilhas, porém desvia um pouco de seu caminho. Primeira e mais evidentemente, porque não utiliza um elenco formado exclusivamente por não atores. Pelo contrário, junto a estes se sobressai a protagonista, uma das maiores estrelas hollywoodianas da época, Ingrid Bergman.

Bergman estreia no cinema italiano, atraída pela admiração pelo trabalho do diretor italiano. Um sentimento que extrapolou o profissional e virou um romance explorado pela mídia. Afinal, Hollywood não admitia perder um de seus mais lucrativos nomes. A relação gerou novos filmes, um casamento e filhos, entre eles, a futura atriz Isabella Rosselini.

Mas a estrela sueca sofreu nas filmagens de “Stromboli”, e não apenas pelo caso amoroso que virou manchete de jornal. As condições de trabalho na isolada ilha homônima se mostraram totalmente opostas às que Ingrid Bergman se habituara nos Estados Unidos. Em sentido oposto, o neorrealismo prega filmagens em locações reais, longe do conforto de um estúdio, e com uma equipe de apoio restrita.

Pós-guerra

Essa dificuldade, por um lado, enriqueceu a construção da personagem dela no filme. Ela vive Karen, uma refugiada lituana que, após a Segunda Guerra Mundial, decide se casar com o ex-soldado Antonio para poder sair livre. A promessa do jovem consistia em morarem numa bela ilha do Mediterrâneo, onde ele nascera e vivera antes das batalhas. Mas, tão logo desembarcam na distante ilha, Karen percebe seu erro. No pequeno local, apenas rochas, um vulcão ainda em atividade, e poucos habitantes que não se simpatizaram com a estrangeira. Uma população que está encolhendo porque muitos emigram para outros lugares menos inóspitos.

Karen se choca com a selvageria local. Isso fica evidente na sequência em que uma fuinha ataca um coelho e na pescaria em grupo de grandes atuns. Porém, o próprio marido demonstra esse sangue mais primitivo, e não aceita os pedidos dela de deixarem o local.

A angústia de Karen é retratada nas telas com iluminação carregada de sombras, utilizando-se sempre que possível de luz natural. Além disso, a música orquestrada injeta altas doses de dramaticidade, o que afasta o purismo realista, pois se trata de um elemento externo não presente na situação da cena. Mas, dessa forma, a trilha de Renzo Rossellini, irmão do diretor, atenua um pouco a dureza do realismo do filme.

No entanto, a conclusão finca as garras na estrutura neorrealista. Afinal, Roberto Rossellini não sucumbe aos finais felizes anteriores a esse movimento. Pelo contrário, ousa deixar o desfecho em aberto.


Onde assistir:
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