Suk Suk: Um Amor em Segredo (filme)
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Suk Suk: Um Amor em Segredo

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Suk Suk: Um Amor em Segredo olha delicadamente para o tardio relacionamento gay entre dois homens em Hong Kong. O taxista Pak, de 70 anos, é casado, mas transa com parceiros aleatórios às escondidas. O aposentado Hoi, de 65 anos, é separado e busca um relacionamento homoafetivo profundo. Ele frequenta encontros da comunidade gay, mas oculta essa vida de seu filho religioso e conservador, com quem mora. Quando Pak e Hoi começam a se relacionar, um sentimento forte nasce entre eles.

Emoções sufocadas

O terceiro longa de Ray Leung permite que essa história se desenvolva aos poucos, naturalmente, como exige a trama. A intensidade da paixão não cresce afoitamente, pois o receio de revelar à sociedade, em especial à família, que eles são gays sufoca as emoções. Porém, não a ponto de reprimir os seus encontros, e o sexo que o filme leva para as telas privilegiando a delicadeza, como a trilha sonora evidencia. Para isso, o diretor usa planos curtos que não revelam a nudez desses momentos íntimos. Afinal, a intensão não é expressar a sensualidade, mas a ternura.

Mesmo que hoje essa questão de gênero seja aceita com maior liberalidade em Hong Kong, a geração de Pak e Hoi viveu a grande parte de suas existências em tempos preconceituosos. Por isso, não conseguem se livrar dos seus receios, que agora limitam esse relacionamento que estão construindo.

Impasse compartilhado

O filme convida o espectador a compartilhar esse impasse. Por um lado, através da atuação autêntica e nada afetada dos dois atores principais, Tai Bo (Pak) e Ben Yuen (Hoi). Por outro lado, porque o diretor Ray Yeung insere vários pillow shots, planos silenciosos de imagens aparentemente casuais, para dar tempo de reflexão para o espectador. Na maior parte do filme, sentimos a angústia desses dois personagens principais limados da plenitude de seu relacionamento.

E não é um dilema simples. Afinal, o filme mostra que Pak ama sua esposa, e isso fica evidente nos gestos carinhosos dele. Por exemplo, quando ele coloca um cobertor sobre ela enquanto ela adormece na sala. Da mesma forma, Hoi adora seu papel de avô, apesar de não se dar bem com o filho.

Sutilmente otimista

Contrariando o desfecho para o qual Suk Suk: Um Amor em Segredo parece inevitavelmente conduzir, a conclusão do filme é sutilmente otimista. Parece um final aberto, mas apresenta situações que permitem uma interpretação que levam a um desfecho definitivo.

Nesse sentido, Pak entra numa igreja cristã, como sugere seu parceiro. Além disso, ele ainda se aposenta, opçõds que ele descartava, mas que o aproximam de Hoi. Além disso, os olhares da esposa denotam que ela desconfia do comportamento recente do marido. Enquanto isso, o filho de Hoi o escuta ouvindo o discurso dos amigos que defendem a criação de um asilo gay, logo sugerindo que seu segredo será descoberto.

Assim, Suk Suk: Um Amor em Segredo fecha em tom esperançoso, apesar de ser predominantemente triste. A mudança na conclusão é emblemática. Sinaliza a crença de que os novos olhares da sociedade de Hong Kong, e do mundo, sobre a homoafetividade, passam por uma benvinda transformação.

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Ficha técnica:

Suk Suk: Um Amor em Segredo | Suk Suk | 2019 | Hong Kong | 92 min | Direção e Roteiro: Ray Yeung | Elenco: Tai Bo, Ben Yuen Ching, Patra Au Ga Man, Lo Chun Yip, Kong To e Lam Yiu Sing.

Distribuição: Vitrine Filmes.

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Trailer:
Onde assistir:
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