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Sylvio Back no Belas Artes à la Carte

Cruz e Souza - O Poeta do Desterro (filme)

Com quase 60 anos dedicados ao cinema, o cineasta, poeta, roteirista, escritor e produtor brasileiro Sylvio Back, nascido em 1937 na cidade de Blumenau (SC), terá doze dos seus filmes no cardápio do streaming Belas Artes à La Carte, a partir de 24 de fevereiro de 2022. Com oitenta láureas nacionais e internacionais, Sylvio Back é um dos cineastas mais premiados do país e acaba de ser agraciado com o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal de Santa Catarina, pela obra dedicada à literatura e à arte brasileiras.

Dos cinco primeiros títulos com datas anunciadas, teremos os longas ficcionais “Lost Zweig” (2003), em 24/02; “Aleluia, Gretchen” (1976), em 03/03; “Cruz e Souza – O Poeta do Desterro” (1999, foto), em 10/03; “A Guerra dos Pelados” (1971), em 24/03; e o documentário “Revolução de 30” (1980), em 31/03.

A seguir, virão (em ordem a ser definida) “Lance Maior” (1968), seu primeiro longa-metragem, além dos documentários “Guerra do Brasil – Toda Verdade Sobre a Guerra do Paraguai” (1987), “O Contestado – Restos Mortais” (2010), “Yndio do Brasil” (1995), “República Guarani” (1981), “O Universo Graciliano” (2014) e “Rádio Auriverde” (1991).

Sobre cada filme:

– Falado em inglês, o roteiro de “Lost Zweig” é uma adaptação do livro “Morte no Paraíso: A Tragédia de Stefan Zweig”, de Alberto Dines. A história retrata a fase final da vida do escritor austríaco Stefan Zweig, quando ele deixou seu país natal, no início da Segunda Guerra Mundial, e veio com a mulher, Lotte, viver no Rio de Janeiro, mas os dois acabaram se suicidando, juntos, em terras brasileiras, no ano de 1942. No filme, Stefan Zweig é interpretado pelo ator alemão Rüdiger Vogler, protagonista de diversos filmes de Wim Wenders, entre eles “Alice nas Cidades”, “Movimento em Falso” e “No Decorrer do Tempo”. Vencedor dos prêmios de Melhor Filme, Direção, Fotografia e Trilha Sonora (Cine-Ceará), Melhor Roteiro, Melhor Atriz (Ruth Rieser) e Melhor Direção de Arte no Festival de Brasília.

– Com elenco primoroso reunindo Lilian Lemmertz, Carlos Vereza, Selma Egrei, Míriam Pires, Kate Hansen e Sérgio Hingst, “Aleluia, Gretchen” retrata uma família alemã que se muda para uma pequena cidade no Sul do Brasil e lá compra um hotel que logo se torna uma espécie de ponto de encontro de simpatizantes do nazismo. Vencedor dos prêmios de Melhor Diretor (“Air France”), Melhor Roteiro; Ator Coadjuvante (José Maria Santos) e Melhor Direção de Fotografia no Festival de Gramado 1976, e do prêmio APCA 1978 (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Ator (Sérgio Hingst), Melhor Roteiro e Melhor Cenografia.

– “Cruz e Souza – O Poeta do Desterro”, com roteiro escrito pelo próprio Sylvio Back, bela direção de fotografia de Antonio Luiz Mendes, e elenco reunindo Kadu Carneiro, Maria Ceiça, Léa Garcia e Guilherme Weber, o filme é sobre a vida e obra de João da Cruz e Sousa (1861-1898), o maior poeta negro da língua portuguesa, retratando suas paixões, as questões sociais e seu fim trágico.

– “A Guerra dos Pelados” é baseado no episódio histórico da Guerra do Contestado (1912-1916), quando em 1913, em Santa Catarina, houve um conflito envolvendo cessão de terras a uma estrada de ferro estrangeira. Os expropriados foram chamados de “pelados”, pois raspavam a cabeça e se entrincheiraram num reduto messiânico lembrando Canudos. Filmado em Caçador (Santa Catarina), o roteiro chegou a detalhes na guerra corpo a corpo e na estratégia militar. O elenco traz grandes nomes como Átila Iorio, Jofre Soares, Otávio Augusto, Stênio Garcia, Lala Schneider, Emanuel Cavalcanti e Zózimo Bulbul.

– “Revolução de 30” é um documentário que traz importantes informações sobre os antecedentes da revolução de 1930, o papel de São Paulo na política brasileira e o governo autoritário de Getúlio Vargas. As imagens são acompanhadas por legendas, canções da época, conforme pesquisa do expert em música brasileira, Jairo Severiano, e comentários dos historiadores Edgard Carone, Boris Fausto e Paulo Sérgio Pinheiro. A narração inclui ainda locuções originais de Maurício Lacerda (1931) e do General Miguel Costa (1930).

A seguir:

– “Guerra do Brasil – Toda Verdade Sobre a Guerra do Paraguai”, selecionado para o Festival de Gramado 1987, é um documentário sobre o maior conflito armado do século XIX entre Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, e conta com as participações do jornalista brasileiro Hermano Henning e do historiador e museólogo paraguaio Carlos Pussineri Scala.

– “O Contestado – Restos Mortais” é um documentário que, através do transe mediúnico de sobreviventes, contextualiza o memorial da Guerra do Contestado, luta sangrenta entre caboclos e forças governamentais ocorrida entre 1912 a 1916, no interior de Santa Catarina.

– “Yndio do Brasil”, selecionado para o Festival de Gramado 1995, é uma colagem de vários filmes, documentando a presença do índio brasileiro no cinema desde 1912, ano da primeira aparição documentada, com imagens de arquivo dos atores Roberto Bonfim, Arduíno Colassanti, Elmo Califontes e Reginaldo Calmon.

– “República Guarani” narra a história das chamadas “Missões Jesuíticas” que, ao longo de 150 anos, reuniram milhares de índios Guaranis do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, em quase cinquenta “Reduções” (as cidades organizadas pelos jesuítas). O filme traz a participação do abade suíço, Clovis Lugon, autor do livro “República “Cristã-Comunista” dos Guaranis”, que plasmou a compreensão sobre a original criação religiosa das Américas.

– “O Universo Graciliano”, selecionado na competição oficial do festival “É Tudo Verdade” 2013, o filme é um panorama da vida e obra de Graciliano Ramos, falecido em 1953 e autor de grandes livros da literatura brasileira, como ”Vidas Secas”, “Memórias do Cárcere” e “Angústia”. O documentário combina materiais de arquivo, trechos de filmes e entrevistas com pessoas próximas ao escritor, entre elas Oscar Niemeyer, Lêdo Ivo, Luiza Amado e Paulo Mercadante.

– “Rádio Auriverde”, selecionado para o Festival de Gramado 1991, é um documentário sobre o papel das tropas brasileiras enviadas à Itália durante a Segunda Guerra Mundial, retratado com humor por uma rádio pirata.

– “Lance Maior”: o primeiro longa-metragem do catarinense Sylvio Back. O filme, rodado em Curitiba e lançado em 1968, recebeu os prêmios de Melhor Atriz (Irene Stefânia) e Melhor Cartaz (Manoel Coelho), no II Festival de Brasília. Além disso, foi recebido com elogios pela crítica, considerado um “clássico” do cinema urbano brasileiro. 

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