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Terapia do Medo (filme)
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Terapia do Medo

Avaliação:
2/10

2/10

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Crítica | Ficha técnica

Suspeitamos que o maior crime em Terapia do Medo foi matar um enredo promissor.

Esse suspense e terror brasileiro ganhou uma narrativa confusa e incoerente no desenvolvimento de sua narrativa. Cleo, novo nome artístico da atriz Cléo Pires, interpreta as irmãs gêmeas Clara e Fernanda. Quando Clara começa a ouvir vozes e ter visões, sua carreira promissora de jogadora de vôlei de praia começa a ruir.

E tudo se torna ainda pior quando essas alucinações provocam um acidente que mata o seu namorado, deixando Clara catatônica. Então, com a autorização da irmã dela, seu terapeuta Bruno a submete a um tratamento experimental.

Incentivado pela mãe, Bruno retoma o experimento de seu falecido pai adotivo, que acreditava nos efeitos positivos de uma restrição sensorial. Para isso, ele mergulhava o paciente num tanque de imersão. Contudo, antes que Bruno submeta Clara ao mergulho, o estado da moça se agrava e eventos estranhos acontecem.

Uma história desmontada

A montagem de Terapia do Medo deixa a sua história com várias pontas soltas e um excesso de flashes com visões mediúnicas de Clara. Para começar, o prólogo entrega um assassinato que estraga o impacto dessa surpresa no desenrolar da trama. Além disso, o filme erra ao mostrar a outra irmã, Fernanda, também tendo visões, na cena em que ela depois cai no mar e é salva por Bruno.

Ademais, a subtrama do caseiro, que resulta no primeiro assassinato de Clara enquanto possuída, é tratada com muita superficialidade. Principalmente, por envolver o hediondo crime da pedofilia. Na verdade, como está era melhor ter sido eliminada no corte final.

Pior ainda, o roteiro não convence quando a mãe instiga Bruno a retomar os experimentos do marido falecido. Afinal, eles resultaram em uma grande tragédia no passado e trazê-los à tona não trariam jamais sua paz de espírito.

Por outro lado, o espectador fica confuso com as alternâncias de perspectiva entre as irmãs gêmeas. Ora a história é vista pelos olhos de Clara, ora pelos de Fernanda. E, para complicar mais, ainda traz o flashback da menina quando seu espírito encarna em Clara.

Enfim, esses são apenas alguns dos pontos fracos do filme. Caso queira apontar algum outro, aproveite para usar o espaço dos comentários abaixo.

Explicações (spoilers adiante)

Aliás, diante de tanta confusão, vale uma nota explicando a trama de Terapia do Medo. Na verdade, é uma pena que o desenvolvimento da narrativa tenha se perdido. Afinal, o enredo até que é bem instigante.

Um casal está preocupado que o filho único Ivo venha a sofrer no futuro por ser hermafrodita. Por isso, eles fazem uma operação de sexo e o transformam em uma menina, dando-lhe o nome de Lúcia. Então, o pai, através de terapias hipnóticas e experimentais, tenta apagar da memória dela que ela um dia foi Ivo. Porém, ela constantemente tem visões com ele. Atormentada, ela mata o pai e, logo em seguida, ela é morta pela mãe. Com o tempo, a mãe adota Bruno e retoma sua vida.

Bruno se torna terapeuta e uma de suas pacientes é Clara, que ouve vozes e tem visões estranhas. O terapeuta não acredita em mediunidade, porém o espírito de Lúcia se aproveita dos dons de Clara para se vingar da mãe.

Indícios de uma pós-produção problemática

Num plano detalhe na cena final que se passa no cemitério, vemos na lápide da mãe que ela morreu em 2017. Ou seja, as filmagens se encerraram provavelmente nesse ano, mas só em 2020 o longa foi distribuído. Esse extenso lapso de tempo evidencia a dificuldade de se chegar a uma montagem final. No entanto, tanto trabalho não salvou essa versão final, confusa e incoerente.

Por fim, o seu último plano mostra Clara com os olhos de outra cor, ou seja, recebendo uma nova intervenção mediúnica. Assim, seria um gancho para engatar uma sequência em que ela ajudaria outra alma perdida. Porém, diante do fracasso dessa produção, certamente essa ideia já foi descartada.


Terapia do Medo (filme)
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