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Territórios da Resistência (filme)
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Territórios de Resistência – Florestanias, Sertanias, Ribeirias | Por Solange Peirão

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Museu Paulista. Um documentário, gerado a partir dele, o Museu do Ipiranga, como é mais conhecido.

De seu acervo grandioso aconteceu essa beleza intitulada Territórios de Resistência – Florestanias, Sertanias, Ribeirias, para falar de índios, negros e brancos, sua relação de poder, sua resistência, sua relação com o território. Uma relação de conflitos. Tudo nos toca, imagem, depoimentos de lideranças, a pesquisa imensa, diversificada e esmerada, o roteiro enfim.

Diante de tanta abundância, cito dois trechos, o início e o fim, de um poema de Conceição Evaristo, nele lembrado. Muito pouco, diante da imensa riqueza desse documentário, que abre as comemorações dos 200 anos da Independência, do próximo ano.

Se estamos tão dilacerados, não importa. O filme vem mostrar que o Brasil real também passa longe dos poderosos, predadores, e vale a pena.

Meu Rosário

Meu rosário é feito de contas negras e mágicas.

Nas contas de meu rosário eu canto Mamãe Oxum e falo

padres-nossos, ave-marias.

Do meu rosário eu ouço os longínquos batuques do

meu povo

e encontro na memória mal-adormecida

as rezas dos meses de maio de minha infância.

(…)

E sonho nas contas de meu rosário lugares, pessoas,

vidas que pouco a pouco descubro reais.

Vou e volto por entre as contas de meu rosário,

que são pedras marcando-me o corpo-caminho.

E neste andar de contas-pedras,

o meu rosário se transmuda em tinta,

me guia o dedo,

me insinua a poesia.”

– Conceição Evaristo



Documentário disponível na plataforma Cinema em Casa do Sesc Digital.

Texto de autoria de Solange Peirão, historiadora e diretora da Solar Pesquisas de História.

Sinopse:

Fruto de uma parceria entre o Sesc Ipiranga, o Museu do Ipiranga e a Universidade de São Paulo (USP), a obra parte do registro da última atividade realizada durante a Ocupação Museu do Ipiranga, em 2019, para ressignificar o trabalho na perspectiva do audiovisual. Estruturado em quatro partes – Narrativas em Disputa, Florestanias, Sertanias e Ribeirias –, o documentário evidencia o contínuo processo de exploração dos territórios e as violências incessantes para estabelecer um controle hegemônico que desconsidera os modos de existência, os direitos e saberes de seus habitantes, e discute o papel ativo dos espaços físico e simbólico do museu na construção de narrativas e memórias e nos processos de resistência.


Territórios da Resistência (filme)
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