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The Lunchbox (filme)
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The Lunchbox

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

O filme The Lunchbox convida a uma autorreflexão, instigada pela história dos dois protagonistas que se relacionam a partir de um mero acaso. “Às vezes o trem errado leva para a estação correta.”, frase dita por um dos personagens secundários, resume bem essa trama.

Assim, na trama, Ila é uma dona de casa na casa dos 30 anos. Zelosa, ela cuida da filha e se esmera em preparar uma refeição apetitosa para a marmita do marido, auxiliada pela tia que mora no apartamento acima do seu. Mas, quando ela prepara um almoço caprichado, a marmita vai parar nas mãos de outro homem.

Saajan é um homem com cinquenta e poucos anos, viúvo, que vive sozinho. Ele trabalha como contador em uma empresa e está prestes a se aposentar. Amargurado, Saajan nunca sorri, é seco com as pessoas na rua e no trabalho. Sua enfadonha rotina é quebrada pelo delicioso almoço que ele experimenta quando lhe entregam a marmita preparada por Ila, por engano.

Ila e Saajan começam a se corresponder através de bilhetes que encaminham dentro da marmita. Em pouco tempo, as curtas frases impessoais dão lugar a verdadeiras confidências sobre seus sentimentos, o que levará a uma mudança de comportamento dos dois. Ila ganhará coragem para fugir de seu casamento frustrado e Saajan aprenderá a valorizar as pequenas alegrias da vida.

Ritesh Batra dirige esse filme indiano, com coprodução de outros países. O diretor emprega várias soluções visuais para comunicar sua narrativa, tornando The Lunchbox uma opção recomendada para quem aprecia o bom cinema e procura uma mensagem inspiradora nas telas.

Através de imagens

Vale a pena ressaltar algumas passagens do filme que demonstram a efetiva comunicação visual. Vamos a elas.

A tia de Ila cuida de um marido inválido, que passa o tempo todo na cama inconsciente. O que o conforta é olhar para o ventilador de teto girando. Esse comentário chega até Saajan através de um dos bilhetes na marmita. Um pouco antes, no início dessa cena, vemos o refeitório filmado por um ângulo que enquadra todos os ventiladores do local, numa sutil indicação do assunto que esse trecho abordará.

Ila quer recuperar a atenção do marido, por isso coloca o vestido que usou na lua-de-mel. Ela sente que será sua última chance de reacender a paixão do casamento e tenta encurralá-lo para saber com certeza se ainda há esperança. No quadro montado pelo diretor, vemos o espelho do armário, que reflete a imagem de corpo inteiro de Ila, do lado esquerdo da tela, e no direito a própria Ila – no meio, o marido cercado pela esposa e sua imagem.

Para demonstrar que Saajan desenvolveu uma afeição por Ila, o diretor mostra-o ouvindo a notícia que uma mulher se suicidou e ele se preocupa que tenha sido Ila. Então, no próximo almoço desse dia, ele fica apreensivo se a marmita chegará. Esse incidente desperta o sentimento solidário de Saajan, e ele, logo depois, ajuda pela primeira vez o recém-contratado colega de trabalho que o substituirá após sua aposentadoria.

A representação da crescente conexão entre Ila e Saajan também é refletida nas mesmas músicas que ele ouve no trem e que ela ouve em casa. É interessante também que nunca vemos a tia de Ila, apenas escutamos sua voz, pois elas conversam através das suas janelas. Soa como se fosse a consciência de Ila.

Dessa forma inteligente, The Lunchbox é uma experiência inspiradora.


Onde assistir:
The Lunchbox (filme)
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