Top Gun: Maverick
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Top Gun: Maverick

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Top Gun: Maverick retoma a história de Top Gun: Ases Indomáveis (1986). Um hiato gigantesco de 36 anos poderia inviabilizar uma sequência com os mesmos personagens, e mesmos atores. Mas, para sorte dos produtores, o astro do filme original, Tom Cruise, continua em boa forma, mesmo sexagenário. Sem ele, revivendo o icônico Pete Maverick Mitchell, seria inviável essa continuação; além disso, não teria a mesma graça.

No entanto, ele é o único que consegue, de fato, retornar. O co-astro Val Kilmer faz uma pequena participação, numa cena emocionante em que seu personagem Tom Iceman Kazansky, com câncer terminal na garganta, se despede de Maverick. Porém, quanto à mocinha do original, Kelly McGillis, ela foi descartada do projeto porque aparenta os 65 anos que realmente tem. No seu lugar, entrou Jennifer Connelly, que tem 50 anos e parece até ter menos. Connelly faz outra personagem, não a Charlie de McGillis, mas uma outra ex-namorada de Maverick, chamada Penny Benjamin (apenas mencionada no primeiro filme).

Amadurecimento

Com exceção dessa substituição forçada do par feminino de Maverick (que teria mais impacto se fosse a mesma personagem de antes), o novo Top Gun ganhou um roteiro sólido. O principal acerto foi tirar vantagem da passagem desse longo tempo. Coerentemente, Maverick continuou um rebelde. Talvez o melhor piloto de aviões-caças do mundo, mas que preferiu não galgar a hierarquia militar.

Pelo contrário, manteve-se como capitão, e ainda recebe a ajuda do amigo Iceman – que, esse sim, subiu até os escalões mais altos – para não cair no ostracismo. É ele quem lhe arruma um posto (talvez seu último na carreira) como instrutor na equipe Top Gun, para preparar jovens ases para uma complicada missão de ataque real e iminente. Então, nessa função, Maverick enfrentará o maior conflito emocional do filme: treinar Bradley Rooster Bradshaw (Miles Teller), o filho de seu melhor amigo que morreu quando era seu copiloto. O problema é que Rooster o culpa pela morte do pai.

Com isso, Maverick viverá uma nova jornada de amadurecimento, na qual precisa livrar-se do sentimento de culpa por essa morte no passado, o que refletirá no relacionamento com Rooster. Da mesma forma, este deve aprender a voar com mais confiança, e ainda descobrir que acidentes podem acontecer nessa profissão tão arriscada. A trama não precisa mais do que isso para solidificar seu contexto dramático.

Passagem do tempo

Aliás, a tentativa de revelar o crescimento de Maverick nos relacionamentos amorosos não funciona tão bem com a introdução dessa nova personagem. Na verdade, fica simplificada à compreensão de que ele havia abandonado antes essa Penny, e a feito sofrer, e agora tem a chance de constituir uma união duradoura. De qualquer forma, isso nem seria necessário se a própria Charlie retornasse à história, e até implicaria que, nesse aspecto, Maverick atingira sua plena maturidade já no primeiro filme.

A questão da idade também é um dos subtemas de Top Gun: Maverick. Os jovens pilotos tiram sarro do “tio” que agora retorna ao grupo. E a tecnologia também avançou, os caças F-14 se tornaram obsoletos e hoje os Top Guns voam os modelos F-18. No entanto, o roteiro espertamente provará que tanto Maverick como o F-14 ainda são confiáveis.

Filmagens aéreas

As cenas aéreas dos voos rasantes continuam o ponto alto do filme. Além de acrobacias de tirar o fôlego, a filmagem beira o inacreditável, pois não há uso de computação gráfica. Ou seja, mesmo os trechos com os atores dentro do avião captam imagens reais. Não é à toa que elas parecem tão autênticas. O trabalho de edição também merece aplausos, pois o espectador consegue compreender o que acontece nos treinamentos e nos combates, mesmo com tantos cortes alternando vários planos.

O diretor do filme original, Tony Scott, morreu em 2012. Assim, um novo nome teria que substituí-lo. A escolha caiu sobre Joseph Kosinski, que estreou com Tron: O Legado (2010), outra sequência de um filme dos anos 1980. Em seguida, dirigiu Tom Cruise na sci-fi Oblivion (2013), e Miles Teller em Homens de Coragem (Only the Brave, 2017). Por fim, Kosinski assina o clipe de “Hold My Hand” de Lady Gaga, música tema de Top Gun: Maverick.

Enfim, é uma sequência que não deve nada ao original (exceto, claro, a originalidade). Aproveita para injetar uma carga dramática mais forte, por causa dos traumas do passado de Maverick e Rooster, e ainda carrega forte no ataque final – ponto que o filme de 1986 passava rápido demais, focando mais nos treinamentos. Aliás, saímos com a impressão de que Top Gun: Maverick, por esses quesitos, é até superior ao primeiro.

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Ficha técnica:

Top Gun: Maverick | Top Gun: Maverick | 2022 | 2h11min | China, EUA | Direção: Joseph Kosinski | Roteiro: Ehren Kruger, Eric Warren Singer, Christopher McQuarrie | Elenco: Tom Cruise, Val Kilmer, Miles Teller, Jennifer Connelly, Bashir Salahuddin, Jon Hamm, Monica Barbaro.

Distribuição: Paramount.

Trailer:
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