Pesquisar
Close this search box.
Trainspotting (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Trainspotting: Sem Limites

Avaliação:
9/10

9/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

Trainspotting: Sem Limites é um dos mais famosos filmes escoceses de todos os tempos. Tornou-se cult absoluto.

Segundo longa-metragem para o cinema do diretor Danny Boyle, Trainspotting embala seu ousado tema com um ritmo frenético e imagens escatológicas. O filme abre com o protagonista Renton (Ewan McGregor) em plena correria, fugindo de homens que o perseguem, com câmera agitada, cortes rápidos, acompanhando as batidas da canção “Lust for Life” de Iggy Pop. Em meio a tudo isso, surge a narração de Renton. É um monólogo que se tornou célebre e que gira em torno do lema “Choose life” (escolha a vida), soando irônico. Mas que fará todo o sentido ao longo do filme, amarrando perfeitamente o seu final.

Após essa abertura agitada, surge o título do filme e entra uma música clássica para acompanhar a tentativa de reabilitação do viciado em drogas Renton. Até pela origem britânica, esse trecho lembra muito Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971), de Stanley Kubrick. É o mesmo contraste entre a fineza da trilha sonora com o ambiente sujo e violento da estória.

Ritmo alucinado

Essencialmente, Trainspotting é um drama sobre o vício em drogas. Porém, tratado com um visual arrojado e um ritmo alucinado que combina com o efeito que os seus personagens sentem quando estão sob influência dos produtos químicos injetados em seus corpos. Não espere aquele clima denso de outros filmes sobre o tema. A abordagem de Danny Boyle caminha pelo humor, mas não cai na comédia tradicional. A sequência do “pior banheiro da Escócia” exemplifica perfeitamente esse estilo. Envolve desde as legendas na tela até o limite da nojeira quando, metaforicamente, Renton mergulha numa privada imunda.

Oficialmente, a produção é do Reino Unido, mas é uma das melhores fontes para se conhecer a cultura de um dos seus países, a Escócia. Especificamente, a juventude perdida que vagava por Edinburgh e Glasgow, sem vontade de trabalhar e se divertindo com drogas, sexo e violência. Como um dos personagens afirma, eles se sentem como o pior povo do mundo, aquele que conseguiu ser conquistado pelos babacas ingleses (segundo o personagem). Para eles, Sean Connery é o grande herói, ele e seus filmes como James Bond.

Enfim, as drogas representam apenas um dos caminhos errados que esses jovens escoceses podem percorrer. A violência é outro, opção escolhida por Begbie (Robert Carlyle). Já Tommy (Kevin McKidd) prefere o sexo, até ser abandonado pela namorada. E, o aparente final feliz do filme sugere uma outra alternativa, também nada promissora, que é a desonestidade. Porém, Renton não enxerga dessa forma e pensa que está perto da redenção. Não está, afinal, não estamos em um filme hollywoodiano. Para um personagem tão perdido, a solução não poderia ser tão fácil, e essa franca crueza torna Trainspotting indispensável.

Então, assista Trainspotting. E escolha a vida.


Onde assistir:
Trainspotting (1996)
Trainspotting (1996)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo