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Tre Piani (filme)
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Tre Piani

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Em Tre Piani, Nanni Moretti apresenta o melodrama elevado ao cubo.

Antes de tudo, vale esclarecer que o título original italiano significa “três andares”. O nome não ganhou tradução para o português no lançamento no Brasil, o que é inexplicável, ainda mais nesse caso de falso cognato. Talvez a justificativa comercial seja a de atingir o público descendente de italianos, ou de apreciadores do cinema da Itália. Seja lá qual for o motivo, não foi uma decisão inteligente. Enfim, fica o recado de que não se trata de um musical com três pianos.

Baseado no livro de Eshkol Nevo, Tre Piani acompanha mais de uma década da vida de três famílias que moram em um mesmo prédio em Roma. A princípio, temos a impressão de que a trama repetirá a fórmula dos filmes de Robert Altman, como Nashville (1975) e Short Cuts – Cenas da Vida (1993). Ou seja, vários personagens que se cruzam e afetam o destino dos outros. Mas, o filme de Moretti, ou o livro de Nevo, não se preocupam com esse aspecto. São três histórias distintas, que poderiam render três filmes, e que aqui se reúnem para construir um vigoroso painel de melodrama contemporâneo.

Os três andares

Uma das histórias segue Lucio Polara (Riccardo Scamarcio), sua esposa Sara (Elena Lietti) e a filha do casal, Francesca. Na primeira parte do filme, a menina, aos 7 anos, desaparece com o vizinho idoso, que está sofrendo problemas de falta de memória. Lucio encontra os dois num parque, e fica desconfiado de que a filha tenha sido abusada. Apesar de Lucio e Sara estarem acostumados a deixar Francesca com o casal de vizinhos idosos, essa desconfiança cresce e vira um tormento. Para piorar, Lucio se envolve com a neta deles, Charlotte (Denise Tantucci), ainda menor de idade. De longe, o melhor dos três enredos.

O outro drama do filme relata o difícil relacionamento do casal Dora Simoncini (Margherita Buy) e Vittorio Bardi (o próprio Nanni Moretti) com o filho Andrea (Alessandro Sperduti). O agora jovem adulto se tornou um desajustado, e inicia a história atropelando uma mulher enquanto dirige alcoolizado. E ele se revolta porque o pai, um juiz de Direito, não o ajuda a se livrar da condenação.

Por fim, o terceiro relato trata da solitária vida de Monica Sartori (Alba Rohrwacher), que começa o filme dando à luz. O problema é que o marido está sempre ausente por causa do trabalho. Nesse contexto, entra ainda o cunhado, um estelionatário de quem o marido quer distância.

Tre Piani poderia ser um típico longa de episódios, amarrados pelo tema do perdão, presente nas três histórias. Porém, a estrutura linear, intercalando as tramas, desperta uma atenção maior do público. É um formato que nos aproxima do que sentimos em nossas vidas. Podemos ser Lucio, Sara, Dora, Vittorio, Monica ou qualquer um dos demais personagens. A ideia premente é a de que vivemos nossos dramas, enquanto os outros também vivem os deles.


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