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Triângulo do Medo (filme)
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Triângulo do Medo

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Triângulo do Medo é o quarto filme do interessante diretor inglês Christopher Smith. Interessante não quer dizer que ele seja um cineasta sublime, mas, dentro do gênero fantástico, ele bola enredos inventivos que ele próprio costuma dirigir. Este é um dos seus melhores trabalhos, ao lado de Mutilados (2006), Morte Negra (2010), Detour (2016). Geralmente, Smith costuma inserir críticas políticas e sociais nas suas tramas, porém, pesou demais a mão em seu último filme lançado por aqui, O Ritual: Presença Maligna (2020).

A inspiração para Triângulo do Medo parece vir de Feitiço do Tempo (o “Groundhog Day”, de 1993, cujo título nacional é tão desconectado com o original que sempre tenho dificuldades de me lembrar do seu nome). Ou seja, estamos diante de um looping do tempo que o protagonista precisa trabalhar para interrompê-lo. Desta vez, ao invés da comédia, estamos no campo do suspense. A personagem principal Jess (Melissa George), após o naufrágio do barco à vela do amigo, acaba num navio misteriosamente vazio, no qual se vê forçada a matar todos os companheiros sobreviventes.

O mistério não surge apenas no navio, mas desde a cena inicial na casa de Jess. Ela enfrenta dificuldades para lidar com o filho autista, o que ficará evidente na parte final, que retoma esse começo preenchendo algumas lacunas antes elipsadas. Durante todo a história, Jess demonstra instabilidade. Outros personagens até comentam sobre isso. Conforme a narrativa avança, mais eles e nós duvidamos de sua sanidade.

Acertos e erros da direção

O roteiro do próprio Christopher Smith cria um desafio para suas habilidades como diretor. Dentro da ideia do looping, Jess entra num jogo no qual precisa eliminar todos os seus companheiros para quebrar esse ciclo. Então, para repetir tudo o que já foi mostrado antes, sem que fique cansativo para o espectador, Smith muda a perspectiva do personagem que assume a ação. Desta vez, Jess repete suas ações, que já conhecemos, com um olhar diferente, permitindo que o relevante agora não seja mais o resultado de seus atos, mas sim a explicação dos motivos que a levam a agir dessa forma. Com isso, o espectador participa do filme nesse viés, buscando entender suas motivações.

Então, quando o filme avança para a sua parte final, as peças vão se encaixando. Descobrimos como é Jess na realidade, e não como ela pensa ser. Mas Triângulo do Medo deveria terminar naquele belo travelling após o acidente, com a câmera bem próxima do chão filmando as pernas das pessoas se dirigindo ao local. Seria um final mais satisfatório, interrompendo o looping com uma possível explicação psicológica. Mas Smith prefere manter o ciclo aberto, assim afastando um propósito mais lógico para a trama e se aproximando do fantástico liberado de qualquer propósito.

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Ficha técnica:

Triângulo do Medo | Triangle | 2009 | 99 min | Reino Unido, Austrália | Direção e roteiro: Christopher Smith | Elenco: Melissa George, Joshua McIvor, Jack Taylor, Michael Dorman, Henry Nixon, Rachael Carpani, Emma Lung, Liam Hemsworth, Bryan Probets.

Onde assistir:
Triângulo do Medo (filme)
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