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Um Lindo Dia Na Vizinhança

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

A essência de Um Lindo Dia na Vizinhança é a mesma de Fred Rogers, apresentador de um programa infantil exibido na televisão norte-americana entre 1968 e 2001, que enfatizava a bondade humana. O Mr. Rogers, como era conhecido, ensinava as crianças (e também os adultos) a lidarem positivamente com suas emoções, e essa é a proposta também do filme.

O personagem principal de Um Lindo Dia na Vizinhança, o jornalista Lloyd Vogel (Matthew Rhys), recebe a ordem de entrevistar o Mr. Rogers. Especialista em matérias investigativas, a editora o alerta a não tentar buscar algum defeito para expor o famoso apresentador. Mas, ele parte para essa reportagem com essa intenção. O resultado, publicado na capa da revista Esquire, foi o material que originou esse filme.

Lloyd Vogel se tornou uma pessoa amargurada, depois que seu pai o abandonou, junto com sua irmã, ainda jovens, na fase final da doença terminal que levaria sua mãe à morte. Desde então, nunca perdoou o pai, apesar de suas várias tentativas de aproximação. E isso influenciou-o como profissional, por isso, ele se especializou em escrever matérias sobre o lado ruim das celebridades.

Ao conhecer Mr. Rogers, ele descobrirá não só que o apresentador é uma pessoa autêntica. Lloyd aprenderá a lidar com seus conflitos internos. O apresentador confessa não ser uma pessoa perfeita, mas ele praticou e aperfeiçoou a canalização de pensamentos negativos através de alguns truques, como tocar com força acordes nas notas graves do piano.

Magnetismo

A diretora de Um Lindo Dia na Vizinhança, Marielle Heller, remete ao programa de Mr. Rogers ao mostrar os seus bastidores e ao adotar em alguns trechos o formato quadrado e imagens granuladas que refletem como eram vistos na televisão na época. E também ao intercalar as cenas com transições que recriam as miniaturas de uma cidade, como apareciam na abertura do programa.

O Mr. Rogers de Um Lindo Dia na Vizinhança pode ser identificado como o oposto da Lee Israel, personagem interpretado por Melissa McCarthy em Poderia Me Perdoar?, filme anterior de Marielle Heller. A desagradável embusteira Lee Israel parecia odiar as pessoas, enquanto Mr. Rogers as adorava e as tratava todas com o máximo respeito e empatia. É, então, incrível como a diretora extraiu interpretações tão magníficas dos atores que representaram esses papéis tão opostos. Tanto Tom Hanks como Melissa McCarthy foram indicados ao Oscar por essas atuações. E, notem que ambos os filmes tratam sobre o perdão.

O magnetismo do Mr. Rogers criado por Tom Hanks, que devia ser o mesmo do apresentador real, fica evidente na cena em que ele pede a Lloyd, dentro de uma lanchonete, que pense nas pessoas que o amam, durante um minuto de absoluto silêncio. A câmera, sutilmente, se move para um close up de Mr. Rogers, que então olha diretamente para a tela. Nesse momento, nós, espectadores, percebemos que estamos realizando o exercício proposto por ele, juntamente com Lloyd.

E, quem sabe, o poder do Mr. Rogers não acaba nos ajudando como ele faz com Lloyd Vogel? Talvez esse simpático filme tenha mais valor do que parece.

“And that’s ok!”, como costuma repetir o apresentador.


Onde assistir:
Um Lindo Dia Na Vizinhança (filme)
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