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Ventos da Liberdade (filme)
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Ventos da Liberdade

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Ventos da Liberdade é um dos melhores exemplos do cinema politizado de Ken Loach. Desta vez, o diretor foca na luta pela independência da Irlanda.

A estória do filme se inicia em 1920, quando o jovem irlandês Damien (Cillian Murphy) está prestes a se mudar para a Inglaterra, indiferente à luta pela independência. Sua decisão não muda nem mesmo quando testemunha a morte de seu amigo de 17 anos durante uma arbitrária e brutal abordagem do exército inglês. Porém, ao ver o maquinista do trem em que embarcaria ser igualmente agredido pelos ingleses, ele resolve ficar.

Assim, ele se junta ao seu irmão Teddy como mais um integrante do IRA, o Exército Republicano Irlandês. Então, participa dos ataques de guerrilha aos soldados ingleses, num embate cada vez mais violento. Porém, Teddy toma o lado mais radical do grupo, se opondo ao irmão. Dessa forma, entram em conflito quando a Irlanda assina um tratado que torna o país independente, mas ainda como parte da Comunidade Britânica de Nações e jurando fidelidade ao rei do Reino Unido.

Ken Loach

Ken Loach deixa evidente no filme a atuação abusiva do exército inglês dentro da Irlanda. Fortemente armados, eles inquiriam com violência os moradores, inclusive as mulheres, para obter informações sobre o IRA. Para isso, usavam até a tortura. Para se ter uma ideia, no interrogatório de Teddy, os ingleses arrancam suas unhas das mãos para forçá-lo a delatar o grupo.

O cineasta britânico costuma imprimir um estilo realista aos seus filmes. Essa característica fica mais evidente em suas estórias urbanas. Por exemplo, nos mais recentes Eu, Daniel Blake (2016) e Você Não Estava Aqui (2019). E, mesmo em seus dramas de guerra, como este Ventos da Liberdade, essa tendência se mantém. Então, apesar de o roteiro conter várias cenas de ação, como atentados, emboscadas e tortura, Ken Loach evita a exploração sensacionalista desses trechos para provocar emoções baratas. Um bom exemplo disso é a cena em que o IRA ataca dois jipes do exército inglês. Há tiroteio, claro, mas também o pesar que os guerrilheiros sentem pelos inimigos que eles mataram. Afinal, eles são fazendeiros, e matar pessoas não faz parte de sua rotina.

Ventos da Liberdade conquistou a Palma de Ouro em Cannes e é uma ótima forma de se conhecer a história recente da Irlanda e do Reino Unido, ainda que seu roteiro seja ficcional. Mas, trata-se de um drama de guerra e não uma aventura de guerra. Portanto, o que se sobressai aqui são que os protagonistas sentem e pensam, representando, assim, o conflito existente dentro da própria organização libertária. No filme, essa oposição de ideias resulta num desfecho comovente.


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