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Vingança a Sangue Frio (filme)
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Vingança a Sangue Frio

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Vingança a Sangue Frio (Cold Pursuit) não é o típico filme de ação de Liam Neeson. Embora traga o ator buscando uma vingança implacável, o filme amplia a narrativa, e, também o tom, com tramas paralelas e situações nonsense. Com isso, pode desagradar ao público mais tradicional, mas significa uma válida tentativa de sair da mesmice.

Na verdade, trata-se de uma refilmagem do longa norueguês O Cidadão do Ano (Kraftidioten, 2014), do mesmo diretor Hans Peter Moland. Provavelmente vem daí essa abordagem fora dos padrões hollywoodianos. Em suma, o enredo mostra como um motorista de um carro removedor de neve, que acaba de ganhar o título de cidadão do ano em sua cidade, Kehoe, se transforma num vingador a sangue-frio depois que traficantes matam o seu filho por engano.

Esse protagonista, que se chama Nels Coxman (Liam Neeson), ganha os holofotes do enredo até a suma metade. O filme mostra como ele começa uma carnificina, eliminando cada um dos envolvidos no assassinato, conforme vai descobrindo quem são esses elos. Depois, competem em importância para a história o chefão da quadrilha de traficantes, uma policial que investiga o caso, e um índio que lidera a gangue concorrente.

Comédia do absurdo

A primeira indicação de que o filme vai enveredar para o humor ácido surge na cartela em preto com o nome do personagem a cada morte que acontece na história. É uma brincadeira com os fãs de cinema que costumam registrar o body count de cada filme. Além disso, causa estranheza a lentidão com a qual a maca com o corpo do filho leva se ergue para o reconhecimento. Como nesse momento o público ainda não sabe que o longa seguirá esse tom, o trecho causa incômodo no espectador. Mas a comédia logo fica óbvia quando, sucessivamente, Nels joga cada uma das suas vítimas numa corredeira, ao som de alguma canção inusitadamente divertida.

À medida que o filme avança, o espectador se acostuma com essa mistura de violência com comédia do absurdo. Em relação a esse último ponto, se destacam as cenas nas quais o roteiro alfineta a relação mal resolvida dos índios nativos norte-americanos. Por exemplo, quando pedem a uma funcionária indígena para limpar a bagunça (os corpos mortos) e ela retruca para pedirem para o colega indiano (uma brincadeira com os termos “indian” e “Indian”), situação que aponta que sempre pedem para as minorias raciais fazerem o serviço sujo. E, também, quando a recepcionista do resort de luxo diz aos índios da gangue de traficantes que eles precisam de uma reserva, e eles entendem que ela está falando que o lugar deles é na reserva indígena e não como hóspedes desse hotel.

Mas, por conta dessa mistura de gêneros, Vingança a Sangue Frio perde o impacto que poderia ter se fosse exclusivamente um filme de ação. De fato, outros filmes mais diretos protagonizados por Liam Neeson cumprem melhor esse objetivo. O que, no entanto, não tira o mérito desse filme inesperado e, por isso, divertido.

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Ficha técnica:

Vingança a Sangue Frio | Cold Pursuit | 2019 | 119 min | Reino Unido, Noruega, China, Canadá, Estados Unidos da América, França | Direção: Hans Petter Moland | Roteiro: Frank Baldwin | Elenco: Liam Neeson, Laura Dern, Micheál Neeson, Michael Eklund, Emmy Rossum, Bradley Stryker, Wesley McInnes, Tom Bateman, Domenick Lombardozzi, Julia Jones.

Distribuição: Paris Filmes.

Trailer:
Vingança a Sangue Frio
Onde assistir:
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