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Vision (filme)
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Vision

Avaliação:
5.5/10

5.5/10

Crítica | Ficha técnica

Embora a diretora Naomi Kawase conte novamente com o ator Masatoshi Nagase, de seus filmes Sabor da Vida (An, 2015) e Esplendor (Hikari, 2017), em Vision ela se afasta dos dramas urbanos e se arrisca numa experiência sensorial junto à natureza, com um inevitável viés ambientalista. No centro da trama, uma folclórica busca por uma planta mística com o nome (demasiado apelativo) “vision”. Segundo a jornalista francesa Jeanne (papel de Juliette Binoche), a planta solta esporos a cada 997 anos e pode curar a dor. Por isso, ela se dirige a uma floresta isolada no Japão, acompanhada da tradutora Hana (vivida por Minami). Lá, encontram o hermitão Satoshi (Masatoshi Nagase), que gentilmente permite que elas se hospedem em sua casa.

O relacionamento entre Satoshi e Jeanne começa a ficar mais íntimo, quando Hana parte para visitar sua avó, e não mais retorna. Enquanto isso, o filme apresenta seu lado místico incorporado em outra antiga habitante da região, a velha senhora cega Aki (Mari Natsuki). A forte ventania que recorrentemente balança a vegetação formada por altas árvores parece se comunicar com ela. O som é relaxante. Em alguns momentos, ouvimos vozes humanas, numa questionável, pois óbvia demais, alusão a esse fenômeno. Jeanne também parte, retornando dali a alguns meses, mais próximo da esperada época dos esporos. Nesse intervalo, Satoshi encontra um rapaz, a quem dá abrigo.

Mergulho no misticismo

A partir do retorno de Jeanne, o filme se torna mais místico. Há espaço para alucinações (ou visões, para usar o termo que a diretora e roteirista Naomi Kawase sugere sem sutilezas), quando vemos um belo jovem, com quem Jeanne se envolve. A senhora idosa Aki realiza uma dança da morte na floresta. O sensorial volta com força na recitação de versos poéticos acompanhada de uma música instrumental tranquilizadora. Mas os enigmas perturbam o espectador, que tenta em vão encontrar o significado dos “números primos que não se misturam”. Por fim, uma mensagem sobre a agressividade que ainda persiste dentro dos humanos, que ainda não evoluíram completamente. Talvez as plantas, essas sim, representem o auge da evolução, pois vivem sem prejudicar umas às outras.

Enfim, Vision mostra Naomi Kawase se arriscando em direção a um cinema enigmático, com ritmo lento e próximo da natureza. Lembra o tailandês Apichatpong Weerasethakul, mas sem alcançar o seu nível. A experiência não funcionou como Kawase pretendia, e em seu filme seguinte ela retomaria o drama urbano no ótimo Mães de Verdade (Asa ga kuru, 2020).

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Ficha técnica:

Vision | Vision | 2018 | 1h49 | Japão, França | Direção e roteiro: Naomi Kawase | Elenco: Juliette Binoche, Masatoshi Nagase, Takanori Iwata, Minami, Mirai Moriyama, Min Tanaka, Mari Natsuki.

Distribuição: Imovision.

Onde assistir:
Vision (filme)
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