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Vox Lux: O Preço da Fama (filme)
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Vox Lux: O Preço da Fama

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Vox Lux: O Preço da Fama se destaca por algumas propostas ousadas do diretor Brady Corbet, em seu segundo longa-metragem. Porém, o que soava inovador se desmancha numa resolução que revela que o filme é apenas uma variação de um tema batido.

O prólogo de Vox Lux: O Preço da Fama causa forte impacto. Em 1999, no primeiro dia de aula após a pausa de fim de ano, um invasor causa uma tragédia na sala de aula de Celeste (Raffey Cassidy), então com 15 anos. Para superar o trauma desse incidente, sua irmã Ellie (Stacy Martin) compõe uma música, que Celeste apresenta na missa em homenagem às vítimas. Então, um produtor local enxerga o potencial comercial da canção e lança Celeste rumo ao estrelato.

Ao final do prólogo, o diretor Brady Corbet mantém o estado de surpresa do espectador, atordoado com o que acabou de assistir. Na tela, com uma trilha sonora sinistra, os créditos sobem (e não descem, como de costume), no formato de créditos finais. A sensação de caos reina.

Ato I: Genesis

A partir desse ponto zero começa a estória de Celeste, marcada com o subtítulo “Ato I: Genesis”, que dura de 2000 a 2001. A narração de Willem Dafoe, com voz suave e humanizada, distancia Vox Lux: O Preço da Fama de um documentário. É Dafoe quem relata as experiências das irmãs Celeste e Ellie, muito unidas, na primeira viagem internacional. Elas passam alguns dias em Estocolmo para começar a trabalhar nas músicas, e Celeste experimenta o álcool e o sexo, numa montagem ultra-acelerada.

Por outro lado, a trilha sonora providencia um tom sinistro na conversa que Celeste tem com seu primeiro namorado em Los Angeles, marcando o tom que embala todo o filme. O compositor é o experiente compositor Scott Walker, que viria a falecer um ano depois de finalizar esse trabalho.

Logo, esse clima sombrio se confirma com a conexão com os reais ataques terroristas ao World Trade Center, quando Celeste entra no quarto de hotel da irmã, para descobri-la na cama com o empresário. Novamente, uma tragédia marca uma virada na vida da jovem artista. E o fim de sua inocência, como narra Willem Dafoe.

Ato II: Regenesis

O segundo ato do filme se chama “Regenesis”, e se passa bem depois, em 2017. Aos 31 anos, Celeste é uma famosa popstar, mas já passou do pico de sua carreira e está começando a entrar em declínio. Rompeu relações com a irmã e é mãe solteira de uma adolescente. Agora, a atriz que a interpreta é Natalie Portman. Aliás, nunca uma troca de atriz se encaixou tão bem na narrativa como em Vox Lux: O Preço da Fama, porque Celeste mudou tanto que não é mais a mesma pessoa.

De novo, um atentado afeta a vida de Celeste. Um grupo se veste com as fantasias que a cantora usou em um videoclipe e mata várias pessoas em uma praia em um país da Europa Oriental. Celeste é pressionada a dar seu depoimento sobre o fato para a imprensa. E Brady Corbet ilustra esse sentimento sufocante da cantora pop com um longo plano sequência que a acompanha pelos corredores do hotel para encontrar os jornalistas.

Sequência final

Já a sequência final mostra Celeste no palco, apresentando o show de divulgação do seu sexto álbum, “Vox Lux”, que pode ser traduzido do latim pelos termos “voz” e “luz”. É o ponto fraco do filme.

Primeiro, porque, diferente da igualmente longa parte final de Bohemian Rhapsody, as músicas não são empolgantes como as do Queen. E segundo porque, por tudo que assistimos antes em Vox Lux: O Preço da Fama, temos a expectativa de que algo trágico novamente acontecerá na vida da protagonista superstar.

A certeza disso aumenta com a entrada da narração de Willem Dafoe, anunciando que revelará um segredo. Porém, o que ele conta estraga todo clima sinistro do filme. De fato, ele tenta mostrar uma revelação sombria, antecipada no desnecessário subtítulo da distribuição no Brasil (“O Preço da Fama”). Porém, acaba expondo que o filme é apenas uma variação do velho tema sobre vender a alma ao diabo em troca do sucesso.

Enfim, ignore esta parte final e aprecie Vox Lux: O Preço da Fama pelas soluções criativas do diretor Brady Cobert e pela não usual interpretação de Natalie Portman como uma megera, cantando com sua própria voz.

 

Vox Lux: O Preço da Fama (filme)
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