Diretor de Garota, Interrompida (1999), Johnny & June (2005), Indomáveis (2007), e outros bons filmes, James Mangold recebeu a missão de salvar a versão de Wolverine nos cinemas após o desastroso X-Men Origens: Wolverine (2009). O seu Wolverine: Imortal começa esse resgate a partir do roteiro de Mark Bomback e Scott Frank, que se afasta da ideia de se enveredar por detalhes das origens do personagem, evitando, assim, o risco de cometer os mesmos erros do longa anterior.
Wolverine: Imortal se assemelha a uma edição de história em quadrinhos com uma aventura completa. Portanto, sem se preocupar em ser prequel ou sequência de qualquer filme, salvo por um trauma que atormenta o herói, como comentaremos no final do texto. Nesta história, Logan (novamente interpretado por Hugh Jackman) atende o pedido de um homem cuja vida ele salvou na explosão da bomba atômica em Nagasaki. O ex- militar está morrendo, e deseja agradecer a seu salvador antes de partir. Porém, no Japão, Logan descobre que a yakuza quer assassinar a neta e herdeira desse homem, que se tornou um empresário milionário, e resolve ajudá-la. Uma vilã mutante, Viper (Svetlana Khodchenkova), dificulta essa missão, pois consegue tirar os poderes de regeneração do Wolverine.
Wolverine traído
O filme traz menos ação do que o espectador espera. Longas cenas de conversas para explicar o que acontece na trama prejudicam o ritmo. E James Mangold filma mal as cenas de ação, muitas vezes deixando-as confusas, sem revelar direito os golpes nas lutas, por exemplo. Mas, pelo menos duas sequências se destacam positivamente. Uma delas é a fuga de Logan e Mariko (Tao Okamoto) pelas ruas de Tóquio. A outra, a incrível luta de Wolverine contra um opositor em cima de um trem-bala.
Apesar de Wolverine: Imortal ser uma aventura isolada, um elo do protagonista com os outros filmes da franquia entra no filme com força. Ele ainda não superou a culpa por ter sacrificado Jean Grey (Famke Janssen) em X-Men: O Confronto Final (2006). Por isso, sofre recorrentes alucinações nas quais sua amada o chama para o mundo dos mortos. Nessas fortes sequências oníricas, surge até um sonho dentre de outro sonho.
Os bons momentos do filme, contudo, ficam obliterados por uma das piores viradas na trama já apresentadas no cinema. Sem colocar aqui spoilers, o plot twist traz uma traição extremamente desagradável, que levanta suspeitas de xenofobismo. É mais um longa solo de Wolverine muito abaixo da média da franquia X-Men.
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Ficha técnica:
Wolverine: Imortal | The Wolverine | 2013 | 126 min. | EUA, Reino Unido | Direção: James Mangold | Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank | Elenco: Hugh Jackman, Tao Okamoto, Rila Fukushima, Hiroyuki Sanada, Svetlana Khodchenkova, Brian Tee, Hal Yamanouchi, Will Yun Lee, Tess Haubrich.
Distribuição: 20th Century Fox.