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Alucinados (filme)
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Alucinados

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

No filme “Alucinados”, dois bandidos abordam uma dona de casa de classe média alta em seu carro. Então, dirigem pelo Rio de Janeiro para sacar seu dinheiro e comprar drogas.

A trama

A primeira sequência de “Alucinados” apresenta uma ágil montagem desconexa. Assim, em poucos minutos, conhecemos a vida de Casé (Cláudio Gabriel). Induzido ao vício da droga desde jovem, ele presenciou a morte do irmão mais novo por overdose, traficou e foi preso. A estória do filme começa com a sua saída da prisão, após cumprir sua pena.

Casé não consegue ficar longe do ambiente das drogas. Logo, ele e seu comparsa Sapeca (Silvio Guindane) estão nas ruas assaltando vítimas montados em uma moto. Estão desesperados para conseguir dinheiro para pagar um traficante, que ameaça suas vidas. O próximo golpe é abordar uma dona de casa, previamente escolhida por Casé, para sequestrar e tomar seu dinheiro.

Quando ela para em um sinal de trânsito, forçam a entrada no veículo Audi dela, armados. Alucinados, como indica o título do filme, os dois não planejaram os próximos passos, e fica evidente que a vítima, Júlia (Mônica Martelli), está melhor preparada para a situação. Mais adiante, se revelará que ela e Casé já se conheciam antes do incidente.

Atuação

Fica evidente que a atuação dos criminosos, os dois protagonistas incluídos, seguem a direção de um preparador de atores (Ernesto Piccolo). Afinal, todos esses personagens exibem um nível de estresse elevado, e falam nervosamente com pronúncia difícil de compreender. Enquanto isso, Mônica Martelli e Tarcísio Filho, no papel do marido dela, se expressam mais claramente. Aliás, o filho de Tarcísio Meira até emposta a voz um pouco demais. Enfim, essa distinção ajuda a evidenciar a diferença de classe entre os personagens.

Oportunidades desperdiçadas

Há muita tensão nas cenas dentro do carro, envolvendo os dois imprevisíveis bandidos e a vítima. Era a oportunidade de criar um clima claustrofóbico, que elevaria o nervosismo da situação. Porém, isso se perde, principalmente ao acompanhar a cena paralela do marido sendo convencido de que algo estranho se passa com o paradeiro de sua esposa. Além disso, o filme traz uma descartável briga com o call center da companhia que vendeu um serviço de rastreamento de seu veículo para ele.

Além disso, a vítima Júlia parece tão superior aos seus agressores que se torna difícil de acreditar que ela não aproveita os deslizes deles para uma tentativa de escapar. Nesse sentido, Casé chega até a perder sua arma e nem perceber sua falta. E, coragem não falta a Júlia, que decide fugir num local nada apropriado.

Por outro lado, o final aberto também não contribui para uma melhor apreciação do filme. Afinal, ele surge justamente no momento em que se revela uma descoberta que poderia conduzir a uma saída mais profunda.

O diretor

Em “Alucinados”, o diretor Roberto Santucci seguiu o gênero policial do seu filme anterior, “Bellini e a Esfinge” (2002). Afinal, era uma época em que “Tropa de Elite” (2007) conquistava grandes bilheterias nacionais. Porém, depois preferiu seguir o caminho mais comercial da comédia, em títulos de sucesso como as trilogias “De Pernas para o Ar” (2010/2012/2015) e “Até que a Sorte nos Separe” (2012/2013/2015). Ou seja, “Alucinados” marca a sua última ousadia no cinema.


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