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Poster do filme "Férias Trocadas"
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Férias Trocadas

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Férias Trocadas marca o retorno do diretor Bruno Barreto à comédia popular, apesar das críticas negativas ao seu último filme, Crô: o Filme (2013). Desta vez, se apoiando principalmente no ator e comediante Edmilson Filho, que aqui interpreta papel duplo. E, aliás, faz isso muito bem, pois diferencia claramente os dois personagens que são opostos.

Como os dois possuem o mesmo nome, José Eduardo Santos, e vão para Cartagena no mesmo dia, são confundidos. Acontece que um deles, chamado de Zé, é pobre e ganhou a viagem com estadia numa rifa. Enquanto isso, o outro, Edu, é rico. Então, está criada a situação da tradicional comédia de erros. Zé, sua mulher Suellen (Aline Campos) e a filha adolescente Rô (Klara Castanho) vão parar num luxuoso hotel 5 estrelas. E Edu, sua esposa Renata (Carol Castro) e o filho tik toker João (Matheus Costa) acabam numa cabana com filosofia naturalista. Ou seja, experiências inéditas para as duas famílias!    

A dramaturgia funciona melhor para o protagonista Edu. Ele se tornou um materialista tóxico, só pensa em dinheiro e despreza tudo que é pobre. Então, sem saber que se trata de um erro, Renata pensa que a ideia da hospedagem rústica foi dele, e ela apoia esse passo em direção a uma atitude diferente. E isso faz reacender sua paixão por ele. A relação volta a esquentar, o que serve de incentivo para Edu realmente mudar.

A comédia acima de tudo

Já a comédia ganha força com o personagem Zé. O mote do “bronco sem modos” não é novidade nenhuma, mas funciona bem, em especial para o público brasileiro (vide os velhos filmes com o Mazaroppi). Assim, o filme explora o comportamento inadequado da família simples diante de um ambiente sofisticado. E, o que também gera satisfação no público popular é vê-los se esbaldando com tanta fartura e com o tratamento especial com o qual não estão acostumados.

Reforçam o humor as participações especiais de atores em papéis secundários. Dentre eles, destacam-se o “poliglota” gerente do hotel e a dona da pousada, ambos hilários. E a direção do veterano Bruno Barreto não deixa a peteca cair, e além de uma filmagem competente, ainda incrementa com comunicação visual esperta – como o fato de a van levar Edu e a família por uma rua de terra enquanto a de Zé seguir pela estrada asfaltada.

Contudo, Férias Trocadas se prejudica por um roteiro fraco, que cai constantemente no erro de privilegiar a piada em detrimento da narrativa. Assim, se sucedem aqui e ali situações que não fazem sentido. Por exemplo, quando Zé não faz sexo à noite com Suellen, quando ele come um ovo frito no jantar de gala, quando Edu conversa com um sapo etc. Mas o ponto falho crucial é a conclusão se fundamentar no fato de que Zé sabia do erro e deu uma de malandro. Isso o filme nunca deixa claro. A conversa dele com ele mesmo refletido no espelho, além de ser uma solução pouco criativa, não define essa falha moral, e nenhum outro momento faz isso tampouco. E esses ruídos quebram a magia da comédia.

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Ficha técnica de “Férias Trocadas”:

Férias Trocadas | 2024 | 97 min | Brasil | Direção: Bruno Barreto | Roteiro: Bia Crespo, Edmilson Filho, Juliana Araripe, Otávio Martins | Elenco: Edmilson Filho, Aline Campos, Carol Castro, Klara Castanho, Matheus Costa, Gustavo Mendes, Luciana Paes.

Distribuição: Paris Filmes.

Assista ao trailer aqui.

Assista à coletiva de imprensa do filme:

Coletiva de imprensa de “Férias Trocadas”
Homem e mulher dançando rumba.
Cena do filme "Férias Trocadas"
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