Confira aqui quais são os filmes selecionados para a 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece de 20 de outubro a 2 de novembro de 2022 em formato majoritariamente presencial. Durante duas semanas, as seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores e Mostra Brasil vão apresentar 223 títulos, oriundos de 60 países, em circuito de salas de cinemas e espaços abertos da cidade de São Paulo. As plataformas Sesc Digital e Spcine Play darão acesso gratuito a dez e sete títulos, respectivamente, selecionados pela curadoria do evento.
Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness), de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, abre a 46ª Mostra na quarta-feira, dia 19, na Cinemateca Brasileira. A sessão será somente para convidados, mas outras sessões do filme serão programadas no evento.
Outros filmes confirmados são: Bardo – Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro Iñarritu, Nada de Novo no Front (All Quiet in The Western Front), de Edward Berger, Sem Ursos (No Bears), de Jafar Panahi, Conto de Fadas (Fairtyle), de Alexander Sokurov, Pacifiction, de Albert Serra, One Fine Morning, de Mia Hansen Løve,Os Anos Super 8, de David Ernaux-Briot e Arnnie Earnaux (ganhadora do Nobel de Literatura). Além disso, a 46ª Mostra exibe também as séries The Kingdom Exodus, de Lars Von Trier (dois episódios) e Noite Exterior (Esterno Notte), de Marco Bellocchio.
A arte do cartaz da 46ª Mostra é assinada por um dos mais reconhecidos muralistas da atualidade: Eduardo Kobra. O artista é personagem do documentário Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie, selecionado pelo evento
A 46ª Mostra homenageia a cantora e atriz Doris Monteiro, protagonista de Agulha no Palheiro(1953), de Alex Vianny, com o Prêmio Leon Cakoff. Restaurado pela Cinemateca Brasileira, o filme será projetado na instituição.
Outros títulos, como os curtas de Lucrecia Martel, A Camareira, e Le Pupille, de Alice Rohrwacher, também terão Apresentação Especial.
O Prêmio Humanidade será entregue à diretora Ana Carolina, durante a apresentação especial de seus filmes Mar de Rosas, Das Tripas Coração, Sonho de Valsa e Paixões Recorrentes.
A 46ª Mostra faz homenagem a Jean-Luc Godard, morto há pouco mais de um mês, com a Apresentação Especial do documentário Até Sexta, Robinson (A Vendredi, Robinson), de Mitra Farahani, que condensa um diálogo de 29 semanas entre o diretor franco-suíço e o cineasta e escritor iraniano Ebrahim Golestam.
O jornalista, escritor e diretor Arnaldo Jabor, que nos deixou no início do ano, ganha homenagem póstuma do evento com a exibição do longa Eu Te Amo. O longa será antecedido por um curta de Carolina Jabor, extraído do depoimento que o diretor deu ao projeto da Mostra, Filmes da Minha Vida, na 30ª edição do evento.
Olhares sobre a Amazônia podem ser conferidos em cinco títulos selecionados pela 46ª Mostra. O destaque é Amazonas, a nova Minamata? inédito documentário de Jorge Bodanzky, que desde 1976 realiza filmes urgentes sobre a região. Pisar Suavemente na Terra, coprodução Brasil e EUA, de Marcos Colón; Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho; À Margem do Ouro, de Sandro Kakabadze e Uyrá – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi compõem a seleção.
Filmes com passagens em festivais
Do Festival de Veneza, além dos já citados filmes de Alejandro Iñarritu e Jafar Panahi, vem Terceira Guerra Mundial (Jang-E Jahani Sevom), de Houman Seyedi, Melhor Filme e Melhor Ator da seção Horizonte, Lobo e Cão, da portuguesa Claudia Varejão, Melhor Filme da Jornada dos Autores e Nezouh, da diretora síria Soudade Kaadan, vencedor do Prêmio do Público da seção Horizontes Extra e Blanquita, de Fernando Guzzoni, vencedor do prêmio de melhor roteiro na seção Horizontes.
De Cannes, além do grande vencedor da Palma de Ouro, Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness), de Ruben Östlund, serão exibidos na 46ª Mostra, As Oito Montanhas (Le Otto Montagne), de Felix van Groeningen e Charlotte Vandermeersch, vencedor do Prêmio do Júri, Boy From Heaven (Walad Min Al Janna) de Tarik Saleh, Melhor Roteiro, La Jauría, de Andrés Ramírez Pulido, vencedor do Grande Prêmio da Semana da Crítica, e os vencedores da seção Um Certo Olhar, Joyland, de Saim Sadiq, Prêmio do Júri, Febre do Mediterrâneo(Mediterranean Fever), da diretora e roteirista Maha Haj, Melhor Roteiro e Os Irmãos de Leila (Leila’s Brothers), vencedor do prêmio da crítica internacional. Também merece destaque o longa Mais que Nunca (Plus Que Jamais), de Emily Atef, que esteve na Um Certo Olhar, e traz Gaspard Ulliel em seu penúltimo projeto antes de sua morte.
Dos premiados no Festival de Berlim, estão confirmados nesta edição: Alcarrás (Alcarràs), filme franco-italiano de Carla Simón que levou o Urso de Ouro; o coreano O Filme da Escritora (So-seol-ga-ui Yeong-hwa), de Hong Sang-so, vencedor do Urso de Prata de Grande Prêmio do Júri; Manto de Jóias (Robe Of Gems), primeiro longa da mexicano-boliviana Natalia López Gallardo, que editou filmes de Carlos Reygadas, Amat Escalante e Lisandro Alonso, que também recebeu o Urso de Prata do Júri do Festival e Com Amor e Fúria (Avec Amour et Acharnement), de Claire Denis, Urso de Prata de Melhor Direção, além do austríaco Mutzenbacher, documentário de Ruth Beckermann, que levou o principal prêmio na seção Encounters.
Do Festival de San Sebastián, serão exibidos Los Reyes del Mundo, de Laura Mora, vencedor do prêmio de Melhor Filme; Quem Os Impede (Quién Lo Impide), de Jonás Trueba, prêmio da crítica e de melhor atuação para o elenco em 2021. Jonás, filho de Fernando Trueba, tem outro filme na seleção da 46ª Mostra: Você Tem Que Vir e Ver (Tenéis que venir a verla), vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Karlovy Vary.
Do Festival de Locarno, a 46ª Mostra exibe o brasileiro Regra 34, de Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro de Melhor Filme; Tenho Sonhos Elétricos (Tengo Suenos Electricos), de Valentina Maurel, que venceu os prêmios de direção, atriz e ator; o ucraniano Como Está Katia?(Yak Tam Katia?), de Christina Tynkevych, que ganhou o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio de Melhor Atriz para Anastasia Karpenko na seção Cineastas do Presente; e Gigi a Lei, documentário de Alessandro Comodin que recebeu Prêmio Especial do Júri.
Filmes indicados ao Oscar
A seleção de títulos também traz 13 obras já indicadas por seus respectivos países para concorrer a uma vaga ao Oscar® de Melhor Filme Internacional: da Costa Rica, Domingo e a Neblina (Domingo y la Niebla), de Ariel Escalante; da Alemanha, Nada De Novo No Front (Im Westen nichts Neues), de Edward Berger; da Islândia, Belas Criaturas (Berdreymi), Guðmundur Arnar Guðmundsson; do Irã, Terceira Guerra Mundial (Jang-e jahāni-e sevvom), de Houman Seyyedi; do Japão, Plano 75, da diretora Chie Hayakawa; da Lituânia, Peregrinos (Piligrimai), de Laurynas Bareiša; do Paquistão, Joyland, de Saim Sadiq; da Palestina, Febre do Mediterrâneo (Mediterranean Fever), de Maha Haj; de Portugal Alma Viva, de Cristèle Alves Meira; da Espanha, Alcarràs, de Carla Simón; da Suécia, Boy from Heaven, de Tarik Saleh; da Suíça, Um Pedaço do Céu (Drii Winter), de Michael Koch; e, pelo México, Bardo – Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro G. Iñárritu.
Mostra Brasil
Cerca de 61 títulos brasileiros integram a seleção da Mostra Brasil. Os longas estão divididos nas seções Apresentação Especial, Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional. As produções e coproduções brasileiras desta 46ª edição são inéditas no circuito comercial, finalizadas entre 2021 e 2022, com exceção dos títulos restaurados.
Premiações
Após serem exibidos na 46ª Mostra, os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público serão submetidos ao Júri, que escolherá os vencedores do Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake) nas categorias melhor filme de ficção, melhor documentário e outras categorias que o júri desejar.
PRÊMIO DA CRÍTICA | Cinema Internacional e Brasileiro – Desde 2001, os prêmios da crítica são escolhidos por um grupo de jornalistas especializados em cinema que cobrem o evento. Melhor Filme estrangeiro e Melhor Filme brasileiro são anualmente definidos após ampla reflexão do grupo.
PRÊMIO ABRACCINE | Cinema Brasileiro – Desde 2012, um júri indicado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, escolhe o melhor filme brasileiro de diretores estreantes exibido na Mostra, que não tenha sido premiado pela Abraccine em outros festivais pelo país.
O júri da Competição Novos Diretores da 46ª Mostra é formado pelo diretor, produtor e roteirista português Rodrigo Areias (A Arte da Memória), a diretora Lina Chamie (Kobra Auto Retrato) e o diretor e produtor André Novais (Marte Um).
Ingressos Permanentes e pacotes
:: A partir do dia 15 de outubro, sábado, inicia a venda das permanentes e pacotes pelo app do evento (disponível para download a partir do dia 14, sexta-feira) e pelo site da Velox ::
:: a troca de ingresso ocorre pelo app, 4 dias antes de cada sessão, com acesso prioritário entre 09h e 10h::
*Permanente Integral (todos os dias e qualquer horário): R$ 600,00
*Permanente Especial (para sessões de 2ª a 6ª feira até às 17:55h, inclusive – não contempla finais de semana nem sessões noturnas): R$ 150,00
*Permanente Integral Folha (15% de desconto para o titular da assinatura para todos os dias e qualquer horário): R$ 510,00
*Permanente Especial Folha (15% de desconto para o titular da assinatura para sessões de 2ª a 6ª feira até às 17:55h, inclusive, não contempla finais de semana nem sessões noturnas): R$ 127,50
*Pacote de 40 ingressos: R$ 410,00
*Pacote de 20 ingressos: R$ 250,00
Ingressos avulsos
:: Disponível para compra 4 dias antes de cada sessão pelo app do evento e pelo site da Velox. No dia da sessão, uma pequena cota estará disponível para compra diretamente na bilheteria do cinema ::
*Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 24,00 (inteira) | R$ 12,00 (meia).
*Sextas, sábados e domingos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia).
(foto: Triângulo da Tristeza)