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A Bruxa (filme)
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A Bruxa

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

“A Bruxa” é um daqueles raros filmes de terror que conseguem aterrorizar pelo clima e não pelos sustos. E essa qualidade vem das mãos de Robert Eggers, estreante na direção de longas, mas experimentado como desenhista de produção. Por isso, a fotografia do filme, a cargo de Jarin Blaschke, se destaca tanto. Nesse sentido, destaca-se a construção de planos que se assemelham a quadros barrocos, filmados com o uso de luz natural.

Em 1630, na Nova Inglaterra, EUA, uma família composta por um casal e quatro filhos é expulsa do vilarejo onde viviam e se instalam em um lugar afastado na floresta. Quando a filha adolescente Thomasin (Anya Taylor-Joy) leva seu irmão bebê para passear, o menino desaparece, e o incidente quebra o equilíbrio entre os membros dessa família radicalmente cristã, que acredita que uma entidade do mal ronda o local. Outros acontecimentos misteriosos surgem, e o mal parece assumir várias formas, cada vez se aproximando mais.

Terror elegante

Apesar do tema pesado, “A Bruxa” mantém a elegância. Por isso, o sacrifício do bebê desaparecido acontece de forma clara, mas não explícita. Vemos o instrumento para o crime, mas a violência do instante da morte é substituída por um ovo com um embrião de pintinho morto. Em outra cena, o irmão que é possuído pela bruxa depois de ser seduzido por ela, quando em forma de uma bela moça, regurgita uma maçã ensanguentada, que simboliza o pecado que ele cometeu.

Essencialmente, o visual se sobressai no filme. A fotografia com cores predominantemente marrons e douradas nos insere no período da ação, e os enquadramentos remetem a pinturas da Idade Média. Os planos são longos, para que se possa absorver a atmosfera que está na tela, e até mesmo o fade out prolongado favorece a isso. No mesmo sentido, as cenas no interior da casa, a barba e os cabelos compridos do patriarca aproximam a construção a pinturas religiosas com Jesus Cristo como figura central. Além do pai, todas as personagens que integram a família reúnem características físicas grotescas, em especial a mãe.

“A Bruxa” não dá sustos, simplesmente apavora com um clima de mistério crescente que induz o espectador a torcer para que o mal não seja real. Aliás, mesmo sabendo que isso será inevitável. Mais uma bola dentro do brasileiro Rodrigo Teixeira, um dos produtores do filme – e de outros de qualidade, como “Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me By Your Name, 2017) e “Frances Ha” (2012).


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