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A Carruagem de Ouro (filme)
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A Carruagem de Ouro

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Depois de O Rio Sagrado (1951), o diretor Jean Renoir filma uma outra estória que se passa em um lugar exótico.

Em A Carruagem de Ouro, uma trupe de atores italianos viaja a uma colônia espanhola na América do Sul, no começo do século 19. O objetivo deles é tirar um pouco de proveito do ouro abundante encontrado por lá.

Em pouco tempo, a atriz principal do grupo, Camilla (Anna Magnani), se destaca e ganha dois novos pretendentes, que passam a rivalizar com o colega italiano Felipe. Um deles é o toureiro machão e galanteador Ramon. O outro é o vice-rei local, Ferdinand, que procura algo mais que a riqueza material. Logo, a disputa pelo amor de Camilla culminará numa confusão onde os três a visitarão na mesma noite.

Exaltação ao teatro

Jean Renoir exalta o teatro em A Carruagem de Ouro. Desde sua genial abertura, quando a câmera fixa que enquadra um palco com o cenário da estória, após os créditos iniciais, se aproxima até que os personagens do filme o ocupem e o cinema assuma a narrativa. Da mesma forma, durante todo o restante da projeção, o estilo teatral da comédia de costumes predomina.

Na trama, os profissionais do teatro não são valorizados. Mas as precárias condições oferecidas a eles para realizarem seu trabalho – eles precisam até construir o palco! – não serão obstáculo para eles apresentarem seus talentos. Assim, conquistam o público a princípio arredio. Enfim, é uma vida dura, pouco remunerada, mas a paixão pela arte os mantém firmes em seu propósito. Nesse sentido, o conflito principal da estória será resolvido pela decisão de Camilla em optar pelo seu amor maior, o teatro.

Anna Magnani

Além de tudo, a atriz italiana Anna Magnani está soberba e o filme inteiro gira em torno dela. De fato, seu charme, mesmo que sem intenções de seduzir, convence como digna de despertar uma paixão tão forte entre os homens. Definitivamente, é o seu magnetismo que dá força a A Carruagem de Ouro, e fica nítido que, quando ela não está em cena, o filme perde interesse. Por exemplo, vejam a insossa reunião do vice-rei com os nobres a respeito de seu destino.

Adicionalmente, a música de Vivaldi e as fortes cores Technicolor combinam com o viés teatral de A Carruagem de Ouro. Filmando quase que totalmente nos estúdios Cinecittà, em Roma, Jean Renoir realiza uma comédia engraçada com aspecto teatral mas que nunca deixa de ser puro cinema. Afinal, é o cinema que permite que vejamos o que está por trás das cortinas, como a expectativa dos atores em ouvir os aplausos, quando a trupe se apresenta para a nobreza. E o privilégio é nosso, como espectadores da sétima arte.


Ficha técnica:

A Carruagem de Ouro (Le Carrose d’Or, 1952) França/Itália. 103 min. Dir: Jean Renoir. Rot: Jean Renoir, Jack Kirkland, Renzo Avanzo, Giulio Macchi, Ginette Doynel. Elenco: Anna Magnani, Odoardo Spadaro, Nada Fiorelli, Dante, Duncan Lamont, George Higgins, Ralph Truman, Gisella Mathews, Raf De La Torre, Elena Altieri, Paul Campbell, Riccardo Rioli, William Tubbs, Jean Debucourt.

A Carruagem de Ouro (filme)
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