Pesquisar
Close this search box.
A Criança do Diabo (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

A Criança do Diabo

Avaliação:
2/10

2/10

Crítica | Ficha técnica

É mais provável o filme de terror colombiano A Criança do Diabo (Diavlo) provocar sono do que medo. Embora seja o terceiro longa de David Bohorquez, todos desse gênero, a direção é sofrível. Na verdade, sua maior experiência está na direção de videoclipes de artistas de seu país. O que talvez explique sua incapacidade narrativa, pois, sem exagero, é impossível entender a história de A Criança do Diabo.

Até o básico parece complicado nesse filme. Por exemplo, a trama começa com as duas amigas da protagonista Cherry (Maria Camila Perez), deixando-a no local em que Dwayne (Marvens Passiano), o funcionário de sua nova empregadora, a encontra  e a leva até a casa dos patrões. Mas, o estranho é que logo depois que eles partem por uma pequena estrada de terra anoitece, e o trajeto parece levar horas, pois Cherry até adormece. Isso já não faz sentido, porque o ponto de encontro deveria ser perto da estrada principal. Aliás, fará menos sentido ainda posteriormente, quando as duas amigas surgem de repente na casa para uma visita surpresa. Ora, como elas poderiam saber o caminho?

A patroa da casa é Naomi (Fiona Horsey, jovem demais para o papel). Ela contrata Cherry para cuidar de seu pai, que já é bem idoso e está acamado com uma doença de pele que o deixa sensível à luz. Mas Naomi precisa se ausentar por vários dias para trabalhar, então Cherry fica sozinha com o idoso e com Dwayne.

Terroz classe ZZZZZ…

Durante uma hora de filme, praticamente nada acontece, pelo menos, nada que seja assustador. Há longas alucinações de Naomi, dançando com uma versão jovem do idoso, ou dançando de verdade com Dwayne. Alguns flashbacks reincidentes, aos poucos, revelam que Cherry sofreu bullying, ou melhor, matou alguém quando era criança; pelo menos é o que uma assombração a acusa, no primeiro jump scare do filme, depois de sessenta minutos entediantes.

Aqui e ali o diretor insere música sinistra, com a intenção de tornar o clima sombrio. Mas, convenhamos, tocar esse tema e apenas mostrar um piano não funciona. E o pior é que algumas aparições rápidas de um menino (que não descobriremos quem é) no fundo do enquadramento são desperdiçadas – esses deveriam ser os momentos de uma música sinistra!

A prática do final em aberto, bem utilizada, enriquece um filme abrindo várias possibilidades de interpretação. Porém, em A Criança do Diabo não temos um final aberto, embora o diretor talvez quisesse isso. Aqui, simplesmente não conseguimos entender o que acontece.

Quando Cherry coloca a mão na barriga e parece estar com dores, seria para mostrar que ela engravidou quando o idoso a estuprou? Então, por isso, Naomi encerra sua participação num quarto com berço e carrinho de bebê? Talvez sejam essas as interpretações propostas, mas o que tem isso a ver com o trauma (ou culpa) da infância da protagonista? E quem é o menino que ela vê na casa? É difícil responder, e, assim mesmo, não importa. Afinal, elucidando ou não esses mistérios, nada compensa o tempo desperdiçado pelo espectador.

___________________________________________

 

Ficha técnica:

A Criança do Diabo | Diavlo | 2021 | Colômbia | 88 min | Direção e roteiro: David Bohorquez | Elenco: Maria Camila Perez, Fiona Horsey, Marvens Passiano, Alison Sullivan, Francisca Tevez.

Distribuição: Cinecolor.

Onde assistir "A Criança do Diabo":
A Criança do Diabo (filme)
A Criança do Diabo (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo