Poster do filme "A Rainha Guerreira"
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A Rainha Guerreira

Avaliação:
3/10

3/10

Crítica | Ficha técnica

Pobre Boudica! A Rainha Guerreira enfileira a lista de horríveis adaptações da história da rainha celta que liderou ataques contra os romanos de Nero na Grã-Bretanha nos anos 60 e 61 d.C. A invasão dos romanos só terminaria no início do século V, mas a coragem de Boudica se tornou célebre, tanto que foi homenageada com uma estátua ao lado da ponte de Westminister, em Londres. Nas telas, porém, originou filmes fracos como Warrior Queen (2003), cujo único interesse é ter Emily Blunt num papel coadjuvante, e Boudica: Rise of the Warrior Queen (2019). E este novo filme não consegue melhorar essa lista.

E nem se poderia esperar muito de A Rainha Guerreira. Afinal, a direção está nas mãos do medíocre Jesse V. Johnson, cineasta de filmes de ação baratos. Entre eles, Vingança e Redenção (White Elephant, 2022), no qual dirige Olga Kurylenko, a atriz principal que interpreta Boudica no filme dessa crítica. E, talvez o que se salva nessa nova produção é a maquiagem da protagonista depois que ela perde o trono de rainha dos icenos e é surrada pelos romanos. Desse momento em diante, a aparência de modelo de Olga Kurylenko sai de cena e entra uma convincente figura selvagem, com os dentes podres e cabelo desgrenhado.

Um filme para esquecer

Contudo, antes disso, a reconstituição de época é deplorável. Boudica era rainha de uma tribo pequena, mas o filme caracteriza sua vida como sendo confortável demais para aquela época no interior da Grã-Bretanha. E a família toda veste roupas impecáveis, como se lavadas e passadas diariamente. Além disso, todos parecem limpos e, ainda, maquiados. A casa, então, livre de qualquer indício de pó.

E esse é apenas um detalhe, pois a produção como um todo é um fracasso. Deixa evidente que o diretor e roteirista Jesse V. Johnson busca chamar a atenção com recursos apelativos. Por exemplo, tenta grosseiramente alertar para o machismo da época, como se fosse necessário apontar que essa desigualdade (ainda existente hoje) predominava há quase dois mil anos atrás. Daí vem a frase dita pelo procurador romano local: “Você não será rainha porque é uma mulher!”, depois que ela se torna viúva.

A apelação maior, no entanto, está na violência gráfica. Que, de tão malfeita, beira o ridículo. A todo momento, membros cortados caem pelo chão. Muitos golpes de espada mostram a lança girando no corpo para revelar crueldade. E aqueles jorros de sangue, inseridos na pós-produção via computador, deixam tudo ainda mais artificial. Os confrontos, com poucos atores em cena, quase não usam coreografias, e preferem disfarçar a falta de lutas convincentes com planos curtíssimos.

O filme ainda acena para o fantástico, pois Boudica consegue dar poderes mágicos a sua espada. E, também, conversar com suas filhas mortas. Quanto a isso, não cabem restrições, pois os celtas eram mesmo povos muito místicos.  Os problemas estão nas questões referidas acima.  

Enfim, esqueça A Rainha Guerreira. Boudica continua, ainda, aguardando um filme à altura de seus feitos.

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Ficha técnica:

A Rainha Guerreira | Boudica | 2023 | 101 min | Reino Unido | Direção: Jesse V. Johnson | Roteiro: Jesse V. Johnson | Elenco: Olga Kurylenko, Lucy Martin, Peter Franzén, Leo Gregory, Kris Johnson, Nick Moran, James G. Nunn, Lilibet Biutanaseva, Litiana Biutanaseva, Yarden Toussia-Cohen.

Onde assistir:
Mulher vestida e maquiada como uma líder guerreira celta
Cena de "A Rainha Guerreira"
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