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A Sombra do Pai (filme)
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A Sombra do Pai

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Acanhado, A Sombra do Pai não se define e bloqueia a interpretação do espectador.

Em seu filme anterior, O Animal Cordial, a diretora Gabriela Amaral encheu a tela de imagens fortes que convidavam o público a interpretar a estória literalmente ou como metáforas diversas. Contudo, esse exercício se torna complicado em A Sombra do Pai. Afinal, nele se insiste na indefinição sobre os acontecimentos da trama.

A menina Dalva, que a tia acredita ter poderes paranormais, evoca esse dom de várias formas. Por exemplo, ela joga maldições contra os colegas da escola que a maltratam. Além disso, ajuda a contragosto sua amiga a tentar se livrar da irmã recém-nascida.

Poder em dúvida

Porém, não vemos o resultado dessas suas ações, então não sabemos se ela realmente tem esse poder. Como o filme não mostra nada que indique que seus desejos tiveram algum efeito, acreditamos que ela não possui esse dom. Nesse sentido, quando ela pede que sua mãe morta retorne, as aparições desta devem ser apenas sonhadas ou imaginadas. Por outro lado, o que contraria essa teoria é a estranha árvore que nasce no quintal a partir dos dentes da mãe que a menina planta.

O pai se depara com algumas visões do amigo que se suicidou, e que parecem atacá-lo. Mas o filme não revela motivos para o morto se vingar dele, e nem qualquer relação dessa situação com a menina Dalva. Aparentemente, o pai realmente se matou, mas isso torna ainda mais incompreensível essa trama confusa. A conclusão indica que Dalva realmente tem poderes paranormais e conseguiu reestabelecer, através deles, a harmonia familiar da época anterior ao falecimento da mãe.

O prólogo de A Sombra do Pai deixa a impressão que assistiremos a um filme instigante. Os seus planos curtos, os closes nas pessoas e nas coisas, incomodam o espectador. A montagem relacional nesse trecho inicial amarra inteligentemente uma sequência a outra: “ele é pedreiro”/marreta no bloco/exumação do corpo da mãe/trabalho na obra/”vai para casa descansar”/casa de Dalva.

Porém, o filme não atende o que esse prólogo promete. O segundo filme de Gabriela Amaral é apenas uma sombra de seu O Animal Cordial.


A Sombra do Pai (filme)
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