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Poster do filme "A Teia"
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A Teia

Avaliação:
6,5/10

6,5/10

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Crítica | Ficha técnica

Baseado em “O Livro dos Espelhos”, de E.O.Chirovici, A Teia (Sleeping Dogs) é um filme que se apoia no seu enredo. Especialmente, na sua revelação bombástica no final, fator que deve ter animado o roteirista Adam Cooper a estrear na direção. Mas esse foco na história levou a uma quantidade de personagens além do ideal, a fim de deixar a trama bem amarrada, e a um descuido quanto à emoção que provoca no público, prejudicada pelo excesso de explicações nos diálogos.

Adam Cooper, de fato, se preocupa em deixar tudo muito bem esclarecido para o espectador. O que, também, se transforma num erro pelo excesso. A abertura, por exemplo, segue o belo exemplo de Janela Indiscreta (Rear Window, 1954), apresentando o protagonista através de elementos visuais. Assim, A Teia traz vários lembretes espalhados pela casa de Roy Freeman (Russell Crowe), e um certificado. Com isso, informa o espectador que ele é um ex-policial sofrendo de Alzheimer. Mas, o excesso tira o brilho que tinha Alfred Hitchcock ao recorrer a esse truque. Aqui há lembretes demais, e cenas posteriores confirmarão verbalmente tudo isso – para o caso de o espectador não ter captado os dados.

A doença, por sinal, é outra característica que aproxima esse personagem daquele interpretado por James Stewart em Janela Indiscreta. Além de também ser um policial afastado, Stewart interpreta um acrófobo. E o enredo dos dois filmes toma a fraqueza como fator crucial para a história. Assim, por não se lembrar do passado, Roy investiga novamente um caso de assassinato.

Investigação tardia

Seguindo o esquema do bom roteiro, a chamada para ação é um apelo desesperado de um homem condenado à morte por esse assassinato. Ele já cumpriu dez anos de prisão, e a data da execução está próxima. Atendendo o apelo, Roy tenta desvendar o que de fato aconteceu. Porém, Richard Flinn (Harry Greenwood), a pessoa que o preso pede para ele procurar, aparece morto. Então, através do livro que Flinn escreveu e pretendia publicar, surgem os flashbacks que envolvem seu relacionamento com a misteriosa e brilhante Laura Baines (Karen Gillan) e o professor Joseph Wieder (Marton Csokas), o homem assassinado há dez anos.

A força do filme surge nesse emaranhado de acontecimentos passados e presentes. Roy recorre a outros personagens, como o ex-colega da polícia Jimmy Remis (Tommy Flanagan) e o empregado de Wieder. O roteiro detalha as informações que Roy reúne, deixando tudo muito bem claro. A questão, para o protagonista e para o público, é saber quem fala a verdade.

Direção de estreante

Estreando na direção, Adam Cooper prefere não arriscar nessa nova função. Faz o básico, segue clichês como a sequência do encontro de Flinn com Laura no qual a frase de efeito fecha uma cena para abrir a seguinte com os dois transando. Porém, a falta de experiência o leva ao erro justamente no clímax do filme. No embate final, três personagens se encontram numa encruzilhada do enredo, e a opção do diretor é frustrante. O receio de não deixar a solução compreensível, coloca na boca dos atores as explicações detalhadas. O desfecho abrupto desse encontro quase cai no ridículo, e isso só não acontece porque os atores são competentes.

Enfim, A Rede prova que o valor do material que Adam Cooper escolheu. No epílogo, aparece finalmente a solução do crime. E ela é surpreendente, de fato difícil de se adivinhar. Com um pouco mais de talento, ou traquejo, Cooper poderia ter transformado o livro em um filme policial eletrizante.

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Ficha técnica de “A Teia”:

A Teia | Sleeping Dogs | 2024 | 110 min | EUA, Austrália | Direção: Adam Cooper | Roteiro: Adam Cooper, Bill Collage | Elenco: Russell Crowe, Karen Gillan, Tommy Flanagan, Marton Csokas, Thomas M. Wright, Harry Greenwood, Pacharo Mzembe, Lynn Gilmartin, Elizabeth Blackmore.

Distribuição: Imagem Filmes / California Filmes.

Assista ao trailer.

Onde assistir:
Homem sentado analisando vários papeis.
Cena do filme "A Teia"
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