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A Vida é Agora (Time Is Up)
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A Vida é Agora (Time Is Up)

Avaliação:
2/10

2/10

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Crítica | Ficha técnica

A Vida é Agora (Time Is Up) replica a tradição da Itália de produzir pastiches dos filmes americanos de gênero. Lembram-se dos épicos com gladiadores, o giallo, o spaguetti western? Não significa que sejam produções ruins, e Mario Bava e Sergio Leone mais que comprovaram isso. Porém, a maior parte era descartável, pois simplesmente copiava o padrão hollywoodiano (que nem sempre serve de modelo), usando um ou outro ator americano e filmando (ou dublando) em inglês.

Neste filme, o nome estrangeiro famoso (nem tanto) é Bella Thorne, a cantora e atriz que fez a cheerleader (não a protagonista) em A Babá (The Babysitter, 2017) e em sua sequência de 2020. Nesse terror/comédia, Thorne até funciona, pois seu papel não demanda grande talento de atuação. Porém, em A Vida é Agora, ela assume a protagonista em um drama romântico e, aí, a demanda está em outro nível. Claramente, Bella Thorne não consegue entregar o que o papel exige, e deixa mais evidente ainda os péssimos diálogos e a fraca história do roteiro. Mas não é um problema só dela, pois o restante do elenco também parece que foi selecionado pelos atributos físicos. Alías, este é o primeiro trabalho do protagonista Benjamin Mascolo como ator de filmes.

A trama

Na trama, que se passa nos EUA, o namoro entre Vivien (Bella Thorne) e Steve (Sebastiano Pigazzi) está esfriando. Ela está focada em seu exame de Física e ele nas competições de natação. Então, entra na história Roy (Benjamin Mascolo), rival de Steve na piscina e, logo, na disputa por Vivien. Cada um deles tem seu drama pessoal. A moça entra em parafuso quando descobre que a sua mãe é infiel, e até desiste do exame para o qual vinha se preparando há seis meses. Roy não consegue ser o primeiro nas competições pois está traumatizado pela morte da mãe, que morreu afogada. E Steve tem um caso com seu treinador, mas não quer se assumir.

Essa breve sinopse já revela vários pontos questionáveis. A traição da mãe seria suficiente para Vivien desistir do exame para o qual ela se preparou obsessivamente, a ponto de escrever as fórmulas de um problema no espelho de seu quarto? Por que Steve não assume o amor que sente por seu treinador?  E como Roy consegue superar seu trauma quando prova que pode ser o nadador mais rápido da equipe? O problema é que o filme não aprofunda esses personagens, por isso não conseguimos compreender suas atitudes.

A direção

A diretora italiana Elisa Amoruso, que fez antes apenas o longa Maledetta Primavera (2020), torna o filme ainda mais intragável. Em várias cenas, ela erra a mão. Por exemplo, após uma conversa que deveria ser sedutora, mas soa grosseira, o filme mostra Vivien e Roy numa cena de sexo dentro da piscina. Mas, logo depois, descobrimos que se trata da imaginação dela, que está se masturbando na cama. Ao colocar a cena antes de a vermos na cama, a diretora se deixa influenciar pelos pesadelos de filmes de terror, o que não funciona aqui nesse romance. Com isso, confunde o espectador, que pode facilmente concluir que os dois jovens realmente fizeram sexo e, depois, em casa, ela ainda está excitada com o encontro.

Quando a trama se desloca para Roma, o filme abertamente faz uma montagem para vender a cidade como belo destino turístico. E, numa cena vergonhosa, Roy conduz Vivien até o alto da escadaria da Piazza di Spagna, para mostrar a bela vista lá do alto. Porém, quando a câmera revela essa vista, ela não consegue filmá-la e rapidamente parte do topo dos prédios e sobe para o céu. Fica a desconfiança de que algo (uma pessoa, um objeto) atrapalhou o plano, mas a diretora preferiu usar o trecho assim mesmo do que refilmar a tomada. Um desleixo total.

Além disso, insere repetidamente o movimento de deslocamento da câmera na conversa entre Roy e Vivien num restaurante, no contraplano que filma o rapaz, com efeito irritante. Pior ainda, no acidente, ouvimos uma canção totalmente inadequada para o momento; como se quisesse não levar a sério a situação. E ainda coloca nesse contexto as lembranças da morte da mãe de Roy, o que induz a não dar importância também ao trauma do rapaz, por conta dessa música.

Desfile de modelos

Até mesmo em cenas simples a direção falha. Por exemplo, quando Vivien refaz o exame, não a vemos respondendo as questões. Então, após cortar para Roy, a cena retoma para a moça entregando o exame. Ela respondeu tudo e achou fácil e entregou antes que os demais, ou entregou em branco? Não sabemos, pois faltou um corte adicional para esclarecer esse ponto. Por fim, outro detalhe que revela pouca criatividade dos realizadores é a frase em luz neon que Vivien tem na parede atrás de sua cama, com o título original do filme: “Time’s Up”.

Enfim, A Vida é Agora só agrada quem se contenta em assistir a um desfile de modelos de quase duas horas em formato de filme. Belos atores, figurinos caprichados, mas uma narrativa nem um pouco emocionante.

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Ficha técnica:

A Vida é Agora | Time Is Up | 2021 | Itália | 1h48 | Direção: Elisa Amoruso | Roteiro: Elisa Amoruso, Lorenzo Ura, Patrizia Fiorellini | Elenco: Bella Thorne, Benjamin Mascolo, Sebastiano Pigazzi, Nikolay Moss, Emma Lo Bianco, Giampero Judica, Roberto Davide, Bonnie Baddoo.

Distribuição: Prime Video.

Onde assistir:
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