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Agente das Sombras (filme)
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Agente das Sombras

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

Entre 2018 e 2021, dez filmes protagonizados por Liam Neeson estrearam nas telas, todos acima da média ou medianos. Mas, dada essa prolífica quantidade, era inevitável que o ator acabasse em um fiasco. É o que acontece em Agente das Sombras (Blacklight, 2022), que chega dia 10 de março nos cinemas brasileiros.

E, olha que os prognósticos pareciam favoráveis, já que o diretor Mark Williams trabalhou antes com Neeson no bom Legado Explosivo (Honest Thief, 2020). Aliás, tal qual nesse filme, os vilões em Agente das Sombras são do FBI. Porém, nessa nova história, o próprio diretor do FBI, Gabriel Robinson (Aidan Quinn), lidera os esquemas ilícitos. Ele utiliza os seus agentes para atuarem em trabalhos encomendados, lucrando particularmente com isso, ao invés de se restringir às funções de seu cargo. Ou seja, a trama aqui possui proporções federais, como se um J. Edgar Hoover (citado no filme) comandasse planos criminosos bem embaixo do nariz do presidente, em Washington.

A ideia é ousada, mas precisaria de um roteiro minuciosamente elaborado para que o filme não soasse superficial. E, para isso, seria essencial possuir informações privilegiadas para saber como esse esquema desonesto poderia funcionar numa organização dessas. Mas, nem Mark Williams, que além de diretor assume também a função de roteirista, nem Nick May e Brandon Reavis, criadores da história, comprovam que se preocuparam com isso. Afinal, conforme o enredo se desenvolve, notamos que tudo soa demasiadamente simplificado. Não há uma organização por trás, apenas o chefão Gabriel, que consegue executar os serviços encomendados meramente ordenando seus subordinados, que obedecem sem contestar.

Travis Block

O personagem de Liam Neeson é um dos seus melhores subordinados, o veterano agente Travis Block. Quando outro agente, Dusty Crane (Taylor John Smith) perde o controle, Travis descobre o esquema de Gabriel. Então, luta sozinho contra os demais agentes para conseguir desmascarar o chefe corrupto. Com isso, o filme encontra motivos para as várias cenas de ação que tentam resgatar o interesse do público, que nunca consegue ser fisgado pela história.

Por outro lado, a fim de inserir profundidade no protagonista, o filme acompanha seus momentos com a família. Na verdade, com o que sobrou dela, pois a profissão tornou Gabriel uma pessoa paranoica, que vê perigo e inimigos em todo lugar. Por isso, sua filha Amanda (Claire van der Boom) receia que ele deixe a netinha doente com essa obsessão.

No final, Travis consegue convencer Gabriel a confessar seus crimes, sem que o filme justifique razoavelmente o motivo que fez o diretor do FBI se entregar. Da mesma forma atravessada, isso resolve também a vida pessoal de Travis, que se reintegra à família após se aposentar, e devemos acreditar que sua paranoia desapareceu.

O produtor na cadeira de diretor

O experiente produtor Mark Williams raramente trabalha como diretor. Porém, quando fez isso nas duas vezes anteriores, mostrou sua aptidão para a função. Além de Legado Explosivo, ele realizou o drama Um Homem de Família (A Family Man, 2016), protagonizado por Gerard Butler. No entanto, a direção de Agente das Sombra demonstra uma displicência indisfarçável. Chega até a desnortear o espectador em algumas cenas de ação, impedindo que se compreenda a geografia do cenário. Além disso, durante todo o filme, insere efeitos de imagens trêmulas, cuja relação com a narrativa nunca fica clara. Ademais, as atuações dos personagens secundários são terríveis, da atriz infantil que faz a neta de Travis à repórter investigativa. Só mesmo Liam Neeson confere alguma dignidade a este filme.


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