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As Agentes 355 (filme)
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As Agentes 355

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

As Agentes 355 (The 355) não esconde sua intenção panfletária em defesa do empoderamento feminino. As heroínas do filme, superespiãs de várias nacionalidades unidas contra o mal, enfrentam vilões que são, sem exceção, homens. No mesmo sentido, o título homenageia o codinome da Agente 355, uma espiã com identidade desconhecida da época de George Washington, na Revolução Americana, no final do século 18. E, uma das falas da personagem principal Mace (Jessica Chastain) explicitamente combate o mansplaining: “Uma mulher precisa que um homem lhe explique tudo.”, ela diz com cinismo. Aliás, a bandeira visa convocar todas as mulheres ao redor do mundo: “Nós parecemos diferentes, falamos diferente, mas somos iguais,” afirma Lin Min Sheng (Bingbing Fan), outra das agentes.

Mas, essa inclinação ideológica não implica, necessariamente, se o filme é bom ou não. No caso de As Agentes 355, o resultado é razoável. Em parte, porque o diretor Simon Kinberg possui mais tarimba como produtor e roteirista. Enquanto acumula dezenas de créditos nessas funções, Kinberg assina aqui apenas seu segundo filme na direção. Seu primeiro trabalho como diretor foi X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix, 2019), um dos melhores dentro dessa franquia repleta de fiascos. Foi durante as filmagens dessa produção que Jessica Chastain, que fazia parte do elenco, lhe sugeriu uma personagem espiã feminina no estilo James Bond. Mas, Kinberg demorou. A atriz acabaria realizando esse desejo antes, no apenas razoável Ava (2020), de Tate Taylor.

Espiãs unidas

Em As Agentes 355, Chastain tem ao seu lado (ou do outro lado, no início do filme) Diane Kruger, como Marie Schmidt, a espiã alemã; Lupita Nyong’o, como Khadijah Adiyeme do MI6; Penélope Cruz, como Graciela Rivera, uma psicóloga colombiana; e Bingbing Fan, como a misteriosa Lin Mi Sheng. O que as reúne no mesmo propósito é evitar que um dispositivo, que funciona como chave para hackear qualquer sistema, caia nas mãos de pessoas perigosas.

Então, como nos filmes de Bond, elas viajam para lugares turísticos (Paris, Marrakesh e Shangai), e enfrentam vilões enganadores. Na cidade chinesa, o golpe para se apossarem do dispositivo, durante um luxuoso leilão, lembra muito a franquia Onze Homens e um Segredo (Ocean’s Eleven, 2001). Assim, o plano é explicado em detalhes para o público, que depois pode acompanhar a sua execução. Aliás, essa série de filmes teve uma versão, a mais recente, direcionada ao women power, Oito Mulheres e um Segredo (Ocean’s Eight, 2018).

No entanto, a trama sofre com a negação de uma solução muito fácil para evitar o uso do dispositivo. Que, no fim do filme, uma das agentes coloca em prática. Sendo um objeto físico, não copiável, por que não o destroem? Afinal, algumas das espiãs ficam em posse desse drive, como Mace, que o entrega ao seu chefe.

Quanto às cenas de ação, as primeiras exageram no uso da câmera trêmula. Mas, depois o diretor Simon Kinberg pega o jeito e consegue filmar trechos empolgantes de embates físicos. O confronto final funciona bem, com várias lutas simultâneas sem que elas se tornem incompreensíveis, como tem acontecido em muitos filmes atuais. Há violência, principalmente na execução de inocentes, mas até certo limite, poupando as reféns crianças – o que, aliás, combina com o instinto materno desse filme que quer valorizar as mulheres.   


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