O documentário francês As Bruxas do Oriente resgata a memória das jogadoras de vôlei do Nichibo Kaizuka que representaram o Japão nas competições internacionais. Hoje, com 70 anos, elas se reúnem para conversar sobre o duro treinamento e as vitórias conquistadas na época.
Quando atingiram a marca de 22 vitórias seguidas, ganharam o apelido do título. Porém, elas iriam ainda mais longe, registrando o recorde, até hoje não batido, de 258 vitórias e nenhuma derrota.
As cenas se alternam entre o jantar de reunião, atividades individuais, e material antigo de alta qualidade, bem filmadas e em cores. Além disso, o time composto por operárias de uma fábrica, se tornou celebridade. Principalmente, a partir do título de campeão mundial em 1962, batendo a poderosa União Soviética. Devido à fama, as jogadoras viraram até série em desenho animado. Aliás, o jogo final entre Japão e URSS constitui o melhor momento de As Bruxas do Oriente, pois o diretor Julien Faraut consegue sincronizar perfeitamente cenas da animação com a gravação na quadra.
Impacto no espectador
Mas, para os amantes do vôlei, As Bruxas do Oriente reserva, sem interrupções animadas, trechos da decisão da medalha de ouro nas Olimpíadas do Japão de 1964. Novamente, a equipe enfrenta a União Soviética, e aplica uma arrasadora vitória de três sets a zero. Antes de entrar nos jogos olímpicos, o filme ainda exibe imagens de indústrias e grandes construções no Japão. Com isso, demonstra o reerguimento do país após a derrota na Segunda Guerra Mundial.
No entanto, alguns momentos podem cansar o espectador médio. Em especial, as narrações individuais que contam em detalhes como era a rotina delas de treinamento árduo. Por outro lado, representam segmentos valiosos para atletas de qualquer modalidade. Afinal, incentivam a resiliência que qualquer desportista precisa ter para atingir seu melhor desempenho.
Muito bem realizado, mas nem sempre empolgante, As Bruxas do Oriente possui um grande valor para a história dos esportes, em especial para o voleibol.
